O Rio deu ontem mais um passo em direção ao controle da pandemia. Pela primeira vez desde os primeiros casos, a fila de espera por leitos de enfermaria para Covid-19 foi zerada. Só oito pessoas aguardavam transferência para UTI. No começo de maio, esse número era superior a mil pessoas. Os dados são do Painel Prioriza Internação, plataforma da prefeitura para registro de pacientes que aguardam leitos de internação.
O infectologista Alberto Chebabo afirma que já passamos pelo pico da doença e, por isso, estamos observando um desafogamento dos hospitais, mas alerta que a doença não desapareceu. "Uma coisa é não ter fila, e outra é não ter mais a doença. Países como a Espanha e a Itália continuam com casos diários, mas seus sistemas de saúde conseguem atender a todos. Agora, aqui no Rio, também chegamos nesse ponto", afirma. Na noite de ontem, a rede SUS do município tinha 87% de ocupação em UTI e 45% em enfermaria.
A flexibilização das atividades, como a reabertura de shoppings, traz a falsa sensação de que não há mais risco, alerta Chebabo. "Gera o aumento de aglomerações de pessoas. Como não há um relaxamento mais lento, a população acredita que a pandemia acabou, o que é muito ruim", alerta. Ele atenta que a maior circulação de pessoas vai impactar no número de pessoas infectadas, e não necessariamente no aumento das filas.
A prefeitura afirma que, com a queda na curva, vai desafogar emergências de hospitais gerais e deixar o Hospital Ronaldo Gazolla e o Hospital de Campanha do Riocentro como unidades de tratamento da doença. Conforme for aliviando o sistema, o Gazolla retornará em etapas ao atendimento normal, e os pacientes com Covid-19 ficarão no Riocentro.