Campos — Duas das principais cidades do Noroeste Fluminense, Itaperuna e Pádua, dão a medida do avanço do coronavírus pelo interior do estado. Em duas semanas, esses municípios mais do que dobraram o total de casos, numa confirmação do alerta de especialistas de que a pandemia faz um movimento de interiorização. Itaperuna saltou de 197 pessoas contaminadas para 420 entre 1º e 15 de junho, um crescimento de 113%; Em Pádua, subiram de 101 para 230, quase 128% a mais. Os dados são da plataforma Painel Covid-19.
O aumento exponencial parece ter relação com o progressivo relaxamento do isolamento social. Em Itaperuna, houve briga judicial entre o Ministério Público e a prefeitura de Dr. Vinicius ainda em abril. Os promotores queriam a suspensão da liberação do comércio promovida pelo prefeito. Mas o plano de retomada das atividades econômicas avançou nas últimas semanas. Na última segunda-feira, Dr. Vinicius, que é médico, liberou o funcionamento de academias. No mesmo dia, foram confirmados 30 novos casos.
O panorama se reflete nos dois maiores municípios do Norte Fluminense, ainda que numa proporção um pouco menor. Campos e Macaé viram o número de pacientes com a covid-19 subir 80% e 73%, respectivamente. Em Campos, eram 762 casos oficiais em 1º de junho, agora são 1373, aumento de 611 em duas semanas.
Apesar da expansão do coronavírus para as cidades do interior, a pressão da população e de diversos setores da economia sobre as prefeituras cresce na mesma medida. Campos se mantém no que chama de lockdown parcial há três semanas, em que liberou algumas atividades extras, além das consideradas essenciais. E existe a cobrança de empresários para que mais ramos do comércio tenham permissão para reabrir.
No geral, as cidades que lideram o ranking de contágio no Norte e Noroeste Fluminense são Macaé (1638 casos), Campos (1373), Itaperuna (420) e São Fidélis (262). Proporcionalmente, o pior índice é do pequeno município de Laje do Muriaé, que soma 93 casos para seus pouco mais de 7,3 mil habitantes. São Francisco de Itabapoana tem a mais alta taxa de mortalidade: 10 mortos e 114 casos, ou 8,8%.