A defesa da pré-candidata à Prefeitura do Rio e ex-deputada federal Cristiane Brasil encaminhou pedido de prisão domiciliar da política à Justiça. Apelidada pela juíza Ana Helena Mota Lima Valle, da 26ª Vara Criminal do Rio, como "Fada Madrinha" em esquema de corrupção, Brasil está presa em cadeia feminina de Niterói. Segundo denúncias do Ministério Público do Rio (MPRJ), Cristiane faz parte da estrutura de corrupção que desviou R$ 30 milhões dos cofres públicos.
Luiz Gustavo Pereira da Cunha, advogado da ex-deputada, disse que a petição foi enviada à Justiça na sexta-feira, contudo a juíza responsável pela análise garantiu que só avaliaria o pedido amanhã, em reunião com a promotoria, às 13h.
"É um exagero a prisão preventiva. Entramos com uma petição diretamente com a juíza. Se ela deferir minha petição, a Cristiane passa a responder em liberdade. No caso de indeferimento, vamos entrar com o habeas corpus na 5ª turma Criminal do Tribunal de Justiça", explicou o advogado.
Segundo denúncia do Ministério Público, Cristiane integraria o núcleo político composto pelo secretário Estadual de Educação, Pedro Fernandes; Sergio Fernandes, ex-presidente da Fundação Leão XIII; e João Marcos Borges Mattos, ex-administrador financeiro da instituição, todos presos no Complexo de Gericinó, com exceção do secretário, que está com Covid-19 e permanece em casa.
'Fada madrinha' de empresa
Segundo a Procuradoria, a pré-candidata à Prefeitura do Rio era considerada a "fada madrinha" da empresa ServLog, do empresário Flávio Salomão Chadud, que venceu diversas licitações de maneira fraudulenta. A investigação dá conta de que as ações teriam acontecido entre 2013 e 2017, quando Cristiane era secretária de Envelhecimento Saudável no Rio, ainda pela gestão de Eduardo Paes.
A denúncia oferecida pelo MP foi baseada em depoimentos de testemunhas, de servidores públicos e na confissão de investigado, em mensagens telefônicas, planilhas, cadernos de anotações contendo escrituração de distribuição de propinas.