Mais Lidas

TRE julga nesta segunda-feira pedidos para Marcelo Crivella ficar inelegível

Prefeito é investigado por abuso de poder e conduta vedada durante eventos em 2018

O prefeito será julgado na tarde desta segunda-feira
O prefeito será julgado na tarde desta segunda-feira -
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio irá julgar, a partir das 15h desta segunda-feira, o processo que pede que o prefeito da capital, Marcelo Crivella, fique inelegível até 2026. O julgamento será feito através de videoconferência e o prefeito é investigado por abuso de poder e conduta vedada.
VEJA MAIS

As ações foram movidas pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) e pela coligação dos partidos PSOL/PCB, por conta de dois eventos realizados em 2018.

A reunião do "Café Comunhão", em julho, no Palácio da Cidade, reuniu diversos líderes religiosos e foi usada, segundo o Ministério Público Federal (MPF), para lançar Rubens Teixeira como pré-candidato a deputado federal. Pedindo apoio dos evangélicos, Crivella prometeu, de acordo com os autos, uma série de facilidades de acesso à serviços públicos de saúde, obras e supostas isenções de impostos.

"Tratava-se de um encontro para alimentar base eleitoreira composta de líderes religiosos, notoriamente alinhados com o prefeito, a quem ele oferecia facilidades na administração pública em nome de uma pretensa predestinação divina. O encontro foi realizado nas dependências da prefeitura, em período pré-eleitoral e contou com o pré-candidato. Sua presença foi destacada no discurso do prefeito, e suas supostas qualidades pessoais enfatizadas por ele, no mesmo contexto em que pregava a necessidade de direcionar os serviços públicos municipais para o fortalecimento de seu grupo político-religioso”, destacou a procuradora regional eleitoral Silvana Batini ao TRE.

O outro evento foi o um comício na quadra da Escola de Samba Estácio de Sá, para promover a campanha do filho do prefeito, Marcelo Hodge Crivella, então candidato a Deputado Federal, do candidato a deputado estadual Alessandro Costa e do candidato ao Senado, Eduardo Lopes, cuja suplente era a esposa do Prefeito, Silvia Jane Crivella. Esta reunião foi denunciada apenas pela coligação entre os partidos PSOL/PCB.

O comício aconteceu já durante o período eleitoral, mas, segundo o advogado de acusação, Luiz Paulo Viveiros, a ilegalidade não se dá pelo período, mas sim pela flagrante abuso de poder político e na utilização de bens móveis da Administração Pública para conduzir funcionários da Comlurb ao local, sem que eles soubessem do que se tratava.

"Temos depoimentos dos funcionários dizendo que foram, achando que era uma reunião de trabalho, que tinham sido convocados pela sua chefia, eles foram em ônibus da Comlurb, e chegando lá se depararam com o comício para o filho do Crivella", explicou o advogado.