Rio - A Polícia Civil vai investigar a participação de Marlon Brendo Coelho Couto Silva, de 20 anos, conhecido como MC Poze do Rodo, em um baile funk irregular na Vila do Ipiranga, no Fonseca, em Niterói, na última sexta-feira. Em vídeos compartilhados na internet, o cantor aparece sem qualquer proteção enquanto se apresentava no evento intitulado "Paraguai Fantasy", que causou muita aglomeração em plena pandemia da Covid-19.
Nas imagens, é possível ver um homem armado com um fuzil levantado para o alto. A Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) está investigando essa ocorrência.
Procurada, a assessoria do MC Poze do Rodo ainda não se pronunciou sobre o caso.
Questionada sobre possíveis operações dentro da comunidade para inibir eventos irregulares durante a pandemia, a Polícia Militar informou que o 12ºBPM, responsável pelo policiamento em Niterói, age de forma cautelosa. "As ações da corporação são desencadeadas de maneira planejada e estratégica, visando a preservação de vidas".
"Em comunidades em situação de vulnerabilidade, muitas vezes eventos culturais são preenchidos por criminosos armados, que reagiriam a uma intervenção policial de maneira inconsequente, expondo a vida de inúmeros moradores. Diante deste cenário, a Polícia Militar busca agir sempre de maneira prévia, desarticulado os eventos sem autorização antes de seu início, ainda em sua fase inicial de montagem. Para isso, a colaboração da população é de suma importância, realizando denúncias detalhadas através do Disque Denúncia - (21) 2253-1177 - que corroboram diretamente com a identificação e prisão dos criminosos que persistem em fazer parte destes eventos. O anonimato é garantido", dizia a nota da PM.
A reportagem do O DIA também entrou em contato com a prefeitura de Niterói, responsável pela fiscalização de locais com aglomerações, mas ainda não obteve retorno.
Histórico polêmico
Em setembro de 2019, a Polícia Militar prendeu o MC Poze em um baile funk na cidade de Sorriso, no Mato Grosso. Ele foi detido por tráfico de drogas, associação ao tráfico, incitação ao crime, apologia ao crime, corrupção de menores e fornecer bebida alcoólica a menores. Na ocasião, além dele, outras três pessoas também foram presas pelos mesmos crimes.
Em julho de 2020, o cantor foi denunciado pelo Ministério Público e a 35ª vara criminal decretou a prisão preventiva do funkeiro. Segundo as investigações, ele foi acusado de fazer parte da maior facção do Rio. No dia 14, no entanto, a prisão preventiva foi revogada.
MC Poze foi vítima de assalto em novembro do ano passado. A casa em que o funkeiro mora, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da cidade, foi invadida por pelo menos três criminosos.
Os suspeitos teriam algemado MC Poze e rendido sua esposa, sogra e filha de um ano, além de ter levado joias, dinheiro e pertences da família. Em seu perfil no Twitter, o músico postou um desabafo na época: "Tem nada não, da covardia nem Deus escapou. Minha família em primeiro lugar. O que levaram, eu mando comprar tudo de novo, tá suave".
Nascido na favela do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste, Marlon Brendo ganhou fama com os funks conhecidos como proibidões. Em depoimento à polícia, ele disse que traficou entre os anos de 2015 e 2016, na comunidade em que viveu.
Nascido na favela do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste, Marlon Brendo ganhou fama com os funks conhecidos como proibidões. Em depoimento à polícia, ele disse que traficou entre os anos de 2015 e 2016, na comunidade em que viveu.