Rio - A mãe do menino Henry, morto aos 4 anos, diz por meio de carta que sua vocação sempre foi cuidar de crianças e de pessoas. A professora que dirigia uma escola da Rede Municipal em Senador Camará até ser nomeada para um cargo no Tribunal de Contas do Município conta que já denunciou maus-tratos de alunos no Conselho Tutelar de Bangu.
"Eu cuidava de 400 crianças, cuidava de suas famílias, cuidava dos meus funcionários e cuidava do entorno do colégio, como das próprias instalações da unidade escolar. Já denunciei maus-tratos no conselho tutelar regional de Bangu, já levei muitas vezes meus alunos na clínica da família para serem atendidos, já fiz encaminhamentos para assistente social acompanhar famílias. Minha vocação sempre foi cuidar de crianças e pessoas", diz em um trecho.
Na carta de 29 páginas, Monique diz que Jairinho era violento, tinha crises de ciúmes e a monitorava pelo celular. Ele repetia que era um homem "politicamente exposto" e por isso sua namorada teria que abrir mão de algumas autonomias, segundo Monique relatou no texto.
Inicialmente, Monique diz que o namorado pediu para que ela apagasse fotos de sua conta do Instagram. Depois, pediu que a professora parasse de responder mensagens de amigos homens. Em seguida, Jairinho solicitou que Monique bloqueasse esses amigos, o que também foi atendido, segundo Monique.
Durante a campanha eleitoral de 2020, Jairinho não passava tanto tempo com Monique, mas, segundo a professora, ele passou a ligar cerca de 20 vezes por dia, colocou localizador em seu telefone e sempre pedia para que ela enviasse fotos para controlá-la.
"Jairinho começou a ter ciúmes de eu ir na academia e até colocou gente para me seguir e tirar foto de mim malhando para saber com qual roupa estava indo treinar", registrou.
No documento, a mãe de Henry Borel Medeiros conta que teme pela vida dos pais, por conta da grande influência de seu então companheiro, o vereador Jairo de Souza Santos, o Doutor Jairinho.Monique conta que sempre foi vaidosa, mas que passou a frequentar mais o salão de beleza para estar sempre mais apresentável. "Ele começou a implicar com meu trabalho pois lá o sinal quase não pegava e ele ficava sem ver minha localização e se eu estava realmente trabalhando e falando a verdade".
A professora conta que mudou de academia a pedido de Jairinho porque segundo ele, a antiga academia tinha muito homem jovem. Ela atendia os pedidos para evitar brigas, segundo escreveu. Certo dia ela resolveu fazer uma aula na praia mas não contou ao namorado porque ele não concordaria. Quando voltou para o carro havia 20 chamadas perdidas dele e uma mensagem perguntando quem era o homem de camisa azul que estava com ela na praia. Ele a havia monitorado.
Pózinho no vinho
Quando não estavam com Henry, os dois costumavam jantar bebendo vinho. Ela preferia os brancos e ele, os tintos. Monique conta que notava uns "pózinhos" na bebida que pensava serem resíduos. Até que certa vez flagrou Jairinho macerando comprimidos em sua taça. Questionado, ele disse que fazia aquilo para que ela dormisse melhor. Monique brigou com o namorado e ele reagiu dizendo que ela gostaria de ficar acordada durante a noite para poder conversar com homens no Instagram.
Nesta noite, Monique tentou deixá-lo em casa, mas ele a impediu. A professora relata que ele a segurou pelos braços e jogou na cama diversas vezes e que seus braços ficaram marcados. Em seguida, o parlamentar deu com o joelho contra a parede e disse que a culpa seria dela. "Fiquei apavorada com tamanho descontrole" anotou.
A defesa de Jairinho disse que a carta é uma "peça de ficção que não encontra apoio algum nos elementos de prova carreados aos autos". A Polícia Civil diz que a divulgação do texto não muda em nada o curso do inquérito. A defesa de Leniel também afirma que a carta não mudou a compreensão de Leniel Borel sobre os fatos.
Rio - A mãe do menino Henry, morto aos 4 anos, diz por meio de carta que sua vocação sempre foi cuidar de crianças e de pessoas. A professora que dirigia uma escola da Rede Municipal em Senador Camará até ser nomeada para um cargo no Tribunal de Contas do Município conta que já denunciou maus-tratos de alunos no Conselho Tutelar de Bangu.
"Eu cuidava de 400 crianças, cuidava de suas famílias, cuidava dos meus funcionários e cuidava do entorno do colégio, como das próprias instalações da unidade escolar. Já denunciei maus-tratos no conselho tutelar regional de Bangu, já levei muitas vezes meus alunos na clínica da família para serem atendidos, já fiz encaminhamentos para assistente social acompanhar famílias. Minha vocação sempre foi cuidar de crianças e pessoas", diz em um trecho.
Na carta de 29 páginas, Monique diz que Jairinho era violento, tinha crises de ciúmes e a monitorava pelo celular. Ele repetia que era um homem "politicamente exposto" e por isso sua namorada teria que abrir mão de algumas autonomias, segundo Monique relatou no texto.
Inicialmente, Monique diz que o namorado pediu para que ela apagasse fotos de sua conta do Instagram. Depois, pediu que a professora parasse de responder mensagens de amigos homens. Em seguida, Jairinho solicitou que Monique bloqueasse esses amigos, o que também foi atendido, segundo Monique.
Durante a campanha eleitoral de 2020, Jairinho não passava tanto tempo com Monique, mas, segundo a professora, ele passou a ligar cerca de 20 vezes por dia, colocou localizador em seu telefone e sempre pedia para que ela enviasse fotos para controlá-la.
"Jairinho começou a ter ciúmes de eu ir na academia e até colocou gente para me seguir e tirar foto de mim malhando para saber com qual roupa estava indo treinar", registrou.
Monique conta que sempre foi vaidosa, mas que passou a frequentar mais o salão de beleza para estar sempre mais apresentável. "Ele começou a implicar com meu trabalho pois lá o sinal quase não pegava e ele ficava sem ver minha localização e se eu estava realmente trabalhando e falando a verdade".
A professora conta que mudou de academia a pedido de Jairinho porque segundo ele, a antiga academia tinha muito homem jovem. Ela atendia os pedidos para evitar brigas, segundo escreveu. Certo dia ela resolveu fazer uma aula na praia mas não contou ao namorado porque ele não concordaria. Quando voltou para o carro havia 20 chamadas perdidas dele e uma mensagem perguntando quem era o homem de camisa azul que estava com ela na praia. Ele a havia monitorado.
Pózinho no vinho
Quando não estavam com Henry, os dois costumavam jantar bebendo vinho. Ela preferia os brancos e ele, os tintos. Monique conta que notava uns "pózinhos" na bebida que pensava serem resíduos. Até que certa vez flagrou Jairinho macerando comprimidos em sua taça. Questionado, ele disse que fazia aquilo para que ela dormisse melhor. Monique brigou com o namorado e ele reagiu dizendo que ela gostaria de ficar acordada durante a noite para poder conversar com homens no Instagram.
Nesta noite, Monique tentou deixá-lo em casa, mas ele a impediu. A professora relata que ele a segurou pelos braços e jogou na cama diversas vezes e que seus braços ficaram marcados. Em seguida, o parlamentar deu com o joelho contra a parede e disse que a culpa seria dela. "Fiquei apavorada com tamanho descontrole" anotou.