Rio - As comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) começaram a ouvir, nesta quinta-feira (17), representantes de equipamentos públicos que estavam no Jacarezinho no dia da Operação Exceptis, da Polícia Civil, que resultou na morte de 27 suspeitos e de um policial. Trabalhadores das forças de segurança e familiares das vítimas também serão ouvidos. O objetivo das comissões é produzir um documento sobre a ação.
Uma das representantes ouvidas foi Fernanda Araújo, da Creche Jacarezinho. Ela afirmou que, apesar de ter passado pouco mais de um mês desde o episódio, as crianças ainda estão assustadas. "Eles chegam contando tudo que viram. Se eles escutam algum barulho choram e tentam se esconder. Eles estão muito nervosos e assustados", contou Fernanda.
O Centro de Referência de Assitência Social (Cras) Caio Fernando Abreu, localizado no Jacarezinho, tem atendido 18 das 25 vítimas da operação. "Por mais que o equipamento público esteja sucateado, fizemos nosso papel de acompanhamentos das famílias que estavam sofrendo. No dia seguinte, prestamos toda a assistência às famílias no Instituto Médico Legal e seguimos dando todo apoio possível”, destacou Ângela Amaral, diretora do Cras.
A deputada Dani Monteiro (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, avalia como importante o processo de ouvir os relatos de quem esteve presente no dia 6 de maio. "É importante ouvirmos quem estava no local naquele dia 6 de maio para tentarmos entender o que de fato aconteceu. Vamos fazer três escutas temáticas para que as duas comissões possam produzir um relatório para ajudar na apuração dos fatos e possível responsabilização de quem esteve naquela operação", explicou a parlamentar. Também participaram da reunião o presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Delegado Carlos Augusto (PSD), e os deputados Carlos Minc (PSB), Coronel Salema (PSD), Enfermeira Rejane (PCdoB) e Waldeck Carneiro (PT).
Na próxima quinta-feira (24), as comissões devem ouvir familiares das vítimas da operação. Na primeira semana de agosto, trabalhadores das forças de segurança devem ser ouvidos.