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Trabalhadores já retiraram R$ 16,5 bilhões do FGTS no saque-aniversário

Recolhimento permite a retirada anual de uma parte desse saldo no mês de aniversário do trabalhador, uma parte desse saldo acumulado

Montante deve ser distribuído aos mais de 83 milhões de trabalhadores vinculados ao FGTS
Montante deve ser distribuído aos mais de 83 milhões de trabalhadores vinculados ao FGTS -
O Ministério da Economia informou nesta quarta-feira, 25, que os trabalhadores retiraram R$ 16,5 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O recolhimento da quantia se refere na modalidade saque-aniversário, que permite a retirada anual de uma parte desse saldo no mês de aniversário do trabalhador, uma parte desse saldo acumulado.
Neste ano, são esperados saques no montante de aproximadamente R$ 12 bilhões. Até este mês, já
foram mais 5,2 milhões de adesões de trabalhadores ao saque-aniversário e realizadas 10,3 milhões de
operações de saque, sendo disponibilizados R$ 8,1 bilhões. A média de saque neste ano está em R$
787 por trabalhador. Caso a estimativa de saque para o ano ocorra, a média de saque será de R$ 930 por
trabalhador, considerando o total de 12,9 milhões de adesões até o momento, o que representa valor de
saque médio um pouco menor que 1 salário-mínimo.
Criada em 2019, o saque-aniversário começou a valer efetivamente em abril de 2020. Com a nova modalidade, os trabalhadores também começaram a oferecer parte dos recursos do fundo como garantia de empréstimos para os bancos. 
De acordo com a pasta, nesse contexto, os números dos empréstimos com garantias dos recebíveis do saque-aniversário já demonstram o potencial de redução de juros às famílias e facilitação do acesso ao crédito.
Por exemplo, ao se considerar a taxa de juros de empréstimos de crédito pessoal livre, da ordem de 5,21% ao mês em média em 2020, com o prazo de três anos, o custo médio da prestação desses financiamentos para o valor de R$ 2.439 (valor médio das operações em 2020) seria de R$ 151 por mês, ou custo anual de R$ 1.816.
Já a taxa de juros do consignado de servidor público (limite superior dos juros para operações com recebíveis do saque-aniversário FGTS), que era de 1,35% ao mês em média em 2020, geraria prestação equivalente a R$ 86 por mês, com custo anual de R$ 1.032. Essa comparação deixa claro que a troca de crédito pessoal sem garantia por crédito com garantia dos recebíveis do Saque-Aniversário do FGTS em seu limite superior de juros, trouxe, nesse exemplo, economia da ordem de 43% para as famílias no custo das parcelas.
"Para uma comparação mais realista, adotando para esse mesmo caso a modalidade taxa de Antecipação
do Saque Aniversário utilizada pela Caixa Econômica Federal, de 1,09% ao mês, teríamos uma prestação
equivalente a R$ 82 por mês, com custo anual de R$ 987. Isso mostra que a antecipação do saque-aniversário por meio de crédito com alienação e cessão fiduciária traz taxas mais vantajosas, considerando os grupos de comparação em análise", informa o ministério, em nota.
Ainda segundo a pasta, a troca de crédito pessoal sem garantia por crédito com garantia dos recebíveis do saque-aniversário do FGTS trouxe, nesse exemplo, economia da ordem de 46% para as famílias no custo das parcelas. "Ou seja, nesses exemplos, o crédito teria custo reduzido para quase a metade quando se adota as garantias na comparação com o crédito sem garantias. E mesmo ao se comparar com o crédito consignado do servidor público, o crédito com garantia dos recebíveis foi mais vantajoso, com uma economia de ordem de 4%", afirma, em nota.
De acordo com a pasta, a implementação da nova sistemática de saque-aniversário e a possibilidade de uso desses recebíveis como garantia de empréstimos abre um leque de benefícios aos trabalhadores e para e
economia do País. De forma direta, permite acesso da população a crédito mais barato e favorece o
aumento da produtividade do trabalho. Além disso, amplia o mercado de garantias. Esses tópicos serão
detalhados a seguir.