Rio – A advogada Laura Astrolabio, de 42 anos, conta que sofreu racismo após usar uma balança dentro da academia no condomínio onda mora, na Tijuca, Zona Norte do Rio. O caso aconteceu no último domingo. Ela explica que estava doente há cerca de uma semana, com uma infecção no sangue e a agressora tinha conhecimento da sua debilidade, mas ainda assim, decidiu atacá-la com golpes de artes marciais. A mãe da mulher, que estava junto, teria tentado colocar uma lata de lixo na cabeça da moradora.
Laura explica que decidiu se pesar para alertar à sua médica sobre uma possível perda de peso, devido à infecção. Ela conta que estava com dificuldade para comer e se sentindo fraca. Ao chegar no local, viu que a porta da academia estava trancada por dentro e duas mulheres usavam os equipamentos, uma delas, a subsíndica do prédio.
“Fiquei olhando para ela e apontei para a chave. Ela fez cara de nojo, levantou, abriu metade da porta e perguntou ‘O que você quer?’ e aí eu falei que queria entrar e quando eu disse que era moradora, ela olhou pra mim com cara de decepção”, contou.
Segundo a advogada, logo depois de entrar e se pesar, a mulher novamente se dirigiu a ela e disse que Laura deveria agradecer por tê-la deixado entrar, já que a moradora não estava com roupas de academia. “Eu sabia que ela era racista só pelo jeito de olhar. Eu expliquei a ela que eu havia entrado só para me pesar e que eu estava doente”, disse Laura. Logo depois, um bate-boca sobre a regra das roupas para a academia começou e a subsíndica teria proferido ofensas contra a advogada, que a empurrou.
“Eu empurrei, mas não foi lesão corporal, era para ela parar de falar comigo daquela forma. Ela me deu um chute e começou a me agredir com golpes de artes marciais e eu não podia me defender. A mãe dela, que era uma senhora de 80 anos, entrou no meio, mandando eu parar”, explicou.
Laura conta que a mulher arranhou seu rosto diversas vezes e que a mãe dela, tentou colocar uma lata de lixo na cabeça da advogada. Além disso, a moradora também teve o vestido rasgado. Depois das agressões, a subsíndica chamou o marido e o porteiro, mas que o homem disse que não conversaria com ela sobre racismo.
“Eu falei para o marido dela, que é síndico, ‘sua mulher é racista’, mas o homem disse que não fala com as pessoas sobre racismo porque isso é mimimi e a mulher dele respondeu que era síndrome de inferioridade”, contou.
Ela diz que sente medo e que pretende se mudar o mais rápido possível. Laura que é co-idealizadora e diretora do projeto A Tenda das Candidatas, que ensina mulheres a se candidatarem a cargos políticos, também recebeu o apoio da vereadora Tainá de Paula (PT) e de Márcia Tiburi. “Estou com medo de encontrar com ela no elevador e ela ser racista. Eu ainda estou doente e ela vai me espancar de novo, por isso eu estou trancada dentro de casa”, explicou a moradora.