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'Ele tinha orgulho de ser policial', desabafa tia de PM morto em assalto

O cabo Wesley Kenned Portella dos Santos foi enterrado nesta segunda-feira (4)

O policial Wesley Kenned Portella dos Santos foi morto após troca de tiros em uma tentativa de assalto
O policial Wesley Kenned Portella dos Santos foi morto após troca de tiros em uma tentativa de assalto -
O corpo do policial militar Wesley Kenned Portella dos Santos foi enterrado nesta segunda-feira (4), no Cemitério Parque Nycteroy, no Laranjal, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, um dia antes do seu aniversário, em que completaria 32 anos. O PM foi morto após troca de tiros durante uma tentativa de assalto enquanto saía de uma barbearia no bairro Amendoeira, no mesmo município. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), mas não resistiu.

A tia da vítima, Fernanda Feijó, 57 anos, uma das primeiras pessoas da família a chegar no local do crime  relatou o momento de angústia. "Tinham acabado de atirar nele e me avisaram, 'deram um tiro no Wesley', eu estava me arrumando pra ir em uma festa, eu corri, eu e meu marido, pra tentar salvar, tentei tirar ele do chão, fiquei muito abalada, eu gritava muito que ele era um homem de bem e um policial renomado. Ele morreu como um herói", disse.

Fernanda ainda pediu às autoridades segurança no bairro e nas redondezas. Outra tia do PM, Sandra dos Santos, 50 anos, desolada, relatou que o sobrinho foi morto em um dia de folga.

"Ele não fez nada demais, ele estava em um dia de folga, foi cortar o cabelo e colocar o carro dele pra lavar, carro esse que ele trabalhou e comprou com dinheiro suado da PM, não foi traficando, não foi roubando, não foi matando ninguém", relatou.

Sandra ainda desabafou sobre o sobrinho ser mais um para a estatística de policiais militares mortos no Rio de Janeiro. "Enquanto o estado viver em função de corrupção nada vai ser mudado, a polícia vai pra rua, combate, troca tiros, perde a vida, e é mais um para estatística e não vai resolver nada. Meu sobrinho tinha muito orgulho de ser policial militar, o avô era, ele vem de uma família que tinha PMs, ele tinha boca e não falava, era muito tranquilo", contou.



Um amigo do policial, Rodrigo Element, conta que Wesley era um dos responsáveis por um projeto que tira crianças e jovens do tráfico e das ruas e insere no mundo do esporte. Rodrigo é o presidente desse projeto, Família Nova Era, que ensina luta nas principais modalidades, como Kickboxing, Muay Thai e MMA.

"Wesley atuava como professor há mais de três anos, entre crianças, jovens e adultos, temos 80 a 100 filiados e já passaram pelo projeto mais de 300, ele era um dos responsáveis", contou.
Quem também esteve no enterro foi a esposa do PM, Flávia Freitas, 30 anos, que não quis da entrevista. Ela, visivelmente abalada, ficou próximo ao caixão durante todo o cortejo.
Relembre o caso

O cabo morreu no último sábado (2) na Rua Felipe Mascarenhas, no bairro Amendoeira, em São Gonçalo, Região Metropolitana. Ele saía de uma barbearia quando sofreu uma tentativa de assalto. Houve troca de tiros e o criminoso identificado como Victor Bizzo Farias, 26 anos, também morreu na ação.
O cabo era lotado na UPP Manguinhos e estava há sete anos na corporação. Ele deixa esposa. Segundo a família ele não morava mais no bairro desde janeiro deste ano, mas tinha o costume de ir ao estabelecimento, localizado na região onde cresceu, para cortar o cabelo.

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