A Escola Técnica Estadual Henrique Lage (ETEHL), unidade pertencente à Rede Faetec no bairro Barreto, em Niterói, foi a grande vencedora no maior evento de tecnologia para estudantes da América Latina: a Mostratec, realizada dos dias 25 a 27 de outubro em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Foram cinco prêmios, inclusive o principal: Engenharia e Eletrônica, que credenciou as alunas Eloah Marvila Padrone e Rebeca Apolinário, ambas de 17 anos, a participarem da Feira Internacional de Tecnologia Intel ISEf, que será realizada em Dallas, nos Estados Unidos com todas as despesas pagas, em maio de 2023.
O trabalho exposto pelas alunas do Terceiro Ano de Eletrônica trata-se de um equipamento para ajudar na síndrome do pé caído — consequência de uma lesão, na maioria dos casos, no nervo fibular — que incapacita a pessoa de realizar o movimento de dorsiflexão, ou seja, levantar o pé, afetando o caminhar do portador da contusão.
Durante a apresentação do projeto, as estudante convenceram o júri da importância do equipamento e de como ele pode ajudar na qualidade de vida das pessoas afetadas pela síndrome. Para Eloah Marvila, esses prêmios são fruto de muito esforço e dedicação durante a elaboração do projeto.
"(...) Todo o nosso esforço valeu muito a pena e hoje nós conquistamos não só o que esperávamos, mas muito mais. A sensação de missão cumprida e a vitória são indescritíveis. Tirar o 1° lugar na nossa área, na maior feira de ciência e tecnologia de toda a América Latina, nos traz o sentimento de que podemos fazer qualquer coisa. Estamos voltando pra casa com um sorriso no rosto, muitos sonhos para o futuro e a enorme ansiedade e expectativa para a INTEL ISEF. Vamos representar o Brasil nos Estados Unidos. Bora lá representar esse brasilzão! Rumo à Dallas!", comemorou Eloah.
A ideia era formular um projeto em que auxiliasse pessoas com algum problema motor das partes inferiores. Durante a prospecção de informações, na visita ao setor de fisioterapia da Universidade Federal do Estado Rio de Janeiro (UFRJ), descobriram que a deformação do pé caído afetava muitas pessoas por conta de lesões e que boa parte dessas pessoas foram vítimas do Zika vírus. De volta às pesquisas, formularam sensores que ao serem colocados nos pés dos pacientes auxiliam no movimento da marcha natural de dorsiflexão.
“Foram quase dois anos de muito empenho e resiliência para chegar até aqui. Lembro do quanto era difícil acreditar que algum dia estaria colhendo os frutos desse projeto. Mas, mesmo diante de críticas e incertezas, nunca deixamos de dar tudo de nós naquele laboratório. Foi necessário associar vida, projeto e escola por muito tempo. Empenho do qual eu me orgulho demais, mas que só nós envolvidos conhecemos e sabemos o que custou chegar até aqui. (...) O sentimento de poder voltar para casa carregando o prêmio de primeiro lugar na área de Engenharia eletrônica só nos dá a certeza de que cada sacrifício foi recompensado em dobro”, disse.
Para o orientador do projeto, Altair Martins, que acompanhou as pupilas até à Feira, a emoção é indescritível e a conquista é muito importante tanto para as alunas, quanto para a escola pública, servindo para quebrar alguns paradigmas.
“A gente ter uma escola pública que fica entre os melhores projetos do mundo, com toda dificuldade que enfrentamos no dia a dia, acredito que elas são um exemplo e quebram paradigmas. No mínimo dois preconceitos: o de que escola pública não faz projeto de tecnologia, faz sim e bem. Temos professores bem preparados e alunos de qualidade. E o outro tabu de que mulher não faz ciência e tecnologia”, afirmou o professor.
“A gente ter uma escola pública que fica entre os melhores projetos do mundo, com toda dificuldade que enfrentamos no dia a dia, acredito que elas são um exemplo e quebram paradigmas. No mínimo dois preconceitos: o de que escola pública não faz projeto de tecnologia, faz sim e bem. Temos professores bem preparados e alunos de qualidade. E o outro tabu de que mulher não faz ciência e tecnologia”, afirmou o professor.
Além do primeiro lugar na área de Eletrônica da Feira, as estudantes também conquistaram os prêmios ABRIC de incentivo à ciência; Destaque Mostratec na votação popular; Prêmio FECTI, que as credenciam a participar da Feira no próximo ano no Rio de Janeiro; e o Prêmio INTEL ISEF.
Pela segunda vez, a escola representará o Brasil nos Estados Unidos, mas é a primeira vez que o colégio vence esse prêmio, já que em 2015, ficou em terceiro lugar. Neste ano, a Feira recebeu trabalhos de todos os estados do país.
Pela segunda vez, a escola representará o Brasil nos Estados Unidos, mas é a primeira vez que o colégio vence esse prêmio, já que em 2015, ficou em terceiro lugar. Neste ano, a Feira recebeu trabalhos de todos os estados do país.
As alunas também vão apresentar o projeto na Innovation Week, considerado o maior evento sobre empreendedorismo e tecnologia pró-cultura da América Latina, e que começa na segunda-feira, 7, e segue até sexta-feira, 11, no Píer Mauá.