O acúmulo de lixo e entulho no caminho de casa já não chamavam a atenção do jovem John Marllon, de 17 anos, morador de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. A rotina de problemas provocados pelo descarte incorreto de materiais mudou desde abril do ano passado, quando o olhar do rapaz para o meio ambiente começou a mudar.
O que muito colaborou para a mudança de visão e atitude de John é que ele se tornou um dos 660 jovens moradores de 22 áreas de vulnerabilidade social em comunidades do Rio, de 16 a 24 anos, que ingressaram no Ambiente Jovem, maior programa em educação ambiental do país e que abrange 41 cidades fluminenses.
"Além de passar a me preocupar com o lixo, antes do Ambiente Jovem, eu desperdiçava água. Agora, mudei. O dinheiro que ganhei com a bolsa-auxílio também ajudou muito. Com ele, conseguia pagar a minha conta de luz", conta Marllon, que era aluno do núcleo da Muzema, na Zona Oeste.
A técnica ambiental Iara Nascimento, de 23 anos, é professora do programa na comunidade da Muzema. Segundo ela, os jovens passaram a olhar para o espaço onde vivem de forma mais sustentável. Durante as aulas, os jovens aprenderam sobre as mudanças climáticas, a sustentabilidade, o ciclo de vida dos produtos, além de terem participado de aulas práticas onde apresentaram um plano de interação com suas comunidades.
"Se cada um fizer a sua parte, ninguém precisa fazer a do outro. Durante as aulas práticas os alunos perceberam que o que eles consideravam lixo pode não ser. Contamos com a ajuda de um oficineiro de ecomoda e utilizamos material reciclável para produzir ecobags", lembra Iara.