Projeto ambiental causa polêmica

Medida que tramita na Alerj cria regulação de proteção ao setor marinho e costeiro do Estado do Rio

Especialistas discutem medida que pode impactar a economia fluminense; Portos do Rio devem movimentar em 2023 mais de 50 bilhões de dólares
Especialistas discutem medida que pode impactar a economia fluminense; Portos do Rio devem movimentar em 2023 mais de 50 bilhões de dólares -

A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) promoveu, na manhã de ontem, um debate sobre o Projeto de Lei (PL) Estadual 329/2023, que dispõe sobre a colocação de barreiras flutuantes na Baía de Guanabara, pra evitar vazamento de cargas nocivas ao meio ambiente, entre outras intervenções, que teriam como objetivo a preservação ambiental.

No evento, representantes do setor portuário fizeram duras críticas ao PL, que, segundo eles, inviabilizaria a operação de embarcações na Baía. João Leal, presidente da Comissão de Responsabilidade Social da OAB, iniciou o evento alertando que a medida pode desequilibrar o mercado.

O deputado federal e ex-secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Júlio Lopes, destacou que o Porto do Rio é estratégico para o estado e é o quarto maior do Brasil embora, segundo Lopes, esteja atualmente operando com apenas 50% de sua capacidade.

"Preservar o corpo hídrico é importante, mas temos também que olhar para os operadores. Precisa haver uma sustentabilidade portuária. Esses termos propostos no projeto serão obstáculos, principalmente para embarcações pequenas. A passagem nas barreiras pode causar problemas nas hélices. Estamos imbuídos na defesa da Baía de Guanabara, mas é preciso levar em consideração que nenhum porto grande do mundo opera dessa forma, com essa metodologia. Nenhum. Não precisamos dessa lei", critica Lopes.