'Irei pro Rio, mas vou vê-lo na cova'

Irmã de pedreiro morto por PM durante confusão em São Cristóvão desabafa

Maurício da Conceição, 32, levou um tiro após uma briga familiar e não resistiu
Maurício da Conceição, 32, levou um tiro após uma briga familiar e não resistiu -

'Quando eu for ao Rio, não vou ver meu irmão vivo, e sim na cova". O relato é de Érica da Conceição, 27 anos, irmã de Maurício da Conceição, 32, morto na sexta-feira após levar um tiro de um PM durante uma briga familiar em São Cristóvão, na Zona Norte. A família vive em Itajaí, em Santa Catarina, de onde Maurício saiu em busca de trabalho e melhores condições de vida.

Ao MEIA HORA, Érica contou como era a relação de Maurício com a família. "O caçulinha. Bom menino, trabalhador e saiu de perto dos parentes em busca de novas oportunidades no Rio. Muito amado pela família e por amigos", disse.

O corpo do pedreiro foi para o IML do Centro para ser liberado com a presença de um familiar direto. Como o jovem não tinha parentes no Rio, o corpo só será reconhecido após 72 horas - amanhã (20). "O enterro vai ser no Rio, pois a família não tem condições de trazer o corpo e nem de ir para a cidade agora. Mas a minha cunhada prometeu dar um enterro digno ao meu irmão", explicou Érica.  

Ela acrescenta que o suspeito de matar Maurício é lotado no quartel general da corporação. Em nota, a Polícia Civil disse que a arma do militar foi apreendida. De acordo com informações, ele segue solto e o caso está sob investigação da Corregedoria da Polícia Militar e da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

A família de Maurício pede justiça. "Eu quero olhar pra cara desse PM que tirou a vida do meu irmão. Não tinha necessidade dele fazer isso: era uma briga de família, mãe e filha. A gente só quer justiça", relatou a irmã da vítima.