Comoção e revolta no adeus a Quetilene

Familiares e amigos de gerente comercial baleada no pescoço em Duque de Caxias pedem justiça no sepultamento, em Magé

Enterro de Quetilene Soares no Cemitério de Raiz da Serra, em Magé
Enterro de Quetilene Soares no Cemitério de Raiz da Serra, em Magé -

Revoltado com a trágica morte da gerente comercial Quetilene Soares Souza, Gilian Martins, viúvo da vítima, voltou a afirmar que os responsáveis pelos disparos foram os policiais do 15º BPM (Duque de Caxias). Segundo ele, os agentes teriam entrado na comunidade do Dique, em Duque de Caxias, fazendo disparos. Gilian, a mãe da vítima, outros familiares e vizinhos compareceram ao velório, na manhã de ontem, na capela da Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Magé. O sepultamento aconteceu às 13h, no Cemitério de Raiz da Serra, no mesmo município.

Aos gritos e chorando muito, Gilian pediu por justiça e disse que a equipe envolvida na ocorrência estava despreparada. Na tarde de sexta-feira, o viúvo foi recebido pelo comandante do 15º BPM e teve uma conversa a portas fechadas. Do lado de fora do batalhão, moradores realizaram um protesto pacífico. Ele levaram cartazes com os dizeres "A favela pede paz" e "Justiça para Quetilene".

Duas versões foram apresentadas à polícia e estão em investigação na DHBF. A primeira é a versão dos PMs do 15ºBPM. A equipe presente na ocorrência alega que durante um patrulhamento pela Avenida Governador Leonel de Moura Brizola-Gramacho, na altura da comunidade do Dique, a viatura foi alvo de vários disparos de arma por parte de criminosos, e houve confronto. Ao fim dos disparos, a equipe teria sido informada de que uma mulher havia sido baleada. A gerente comercial foi socorrida pelos próprios policiais, mas não resistiu e morreu.

A segunda versão é de alguns moradores e do marido da vítima, que afirmam que não havia criminosos na rua no momento dos disparos e que somente a polícia atirou na comunidade, por volta das 19h de quinta-feira.