Internet da milícia faturou R$ 10 milhões

Quadrilha chefiada por Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o 'Juninho Varão', também é acusada de extorsão e exploração de serviços de gás, água e transporte alternativo

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizaram uma operação, ontem, contra a milícia chefiada por Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o Juninho Varão, que atua em bairros de Nova Iguaçu. Segundo investigações, o 'Bonde do Varão' faturou R$ 10 milhões entre 2022 e 2023 com serviços de internet. Ao todo, os agentes tentavam cumprir 19 mandados de busca e apreensão.

Segundo o MPRJ, a organização é acusada de praticar crimes como extorsão de comerciantes e moradores, exploração de serviços de gás, água e internet, comercialização de gelo, agiotagem, operação de vans, cobrança de taxas condominiais ilegais e gestão de aterros clandestinos.

Ainda segundo investigações, também lidera a milícia o criminoso Warley Paul Mansur de Souza, responsável pelas extorsões na região. O grupo atua nos bairros de Cabuçu, Aliança, Jardim Laranjeiras, Valverde e Palhada.

Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa e foram cumpridos em Queimados e Nova Iguaçu. Um dos endereços de busca e apreensão foi a sede de uma empresa que atua no setor de serviços de comunicação multimídia e é suspeita de ser utilizada para lavagem de dinheiro das atividades da organização criminosa.

Segundo apurado na investigação, a quadrilha de Varão utiliza duas empresas provedoras de internet para lavar o dinheiro advindo de atividades ilegais. Além disso, os milicianos estariam impedindo outras companhias de fornecer o serviço na região, criando um monopólio das empresas ligadas ao grupo.