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Policiais desocupam manifestação no Hospital Federal de Bonsucesso

Grupo estava acampado na entrada da unidade para impedir a entrada dos novos gestores

Por Meia Hora

Publicado às 19/10/2024 15:25:17 Atualizado às 19/10/2024 15:25:17
Diretora do sindicato, Cristiane Gerardo, foi detida por agentes do Choque
Na manhã deste sábado (19), agentes da Polícia Militar e da Polícia Federal desocuparam o Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro. A ação ocorreu após dias de protestos, em que servidores insatisfeitos com a nova gestão impediram o acesso ao prédio.

A unidade deveria ter sido entregue ao Grupo Hospitalar Conceição na terça-feira (15), mas servidores que ocupavam o local desde 2 de outubro bloquearam a entrada dos novos gestores.

Cerca de 10 servidores estavam na porta do hospital no momento da desocupação, enquanto agentes do Batalhão de Choque tentaram negociar a retirada das faixas colocadas na entrada, mas sem sucesso. Os servidores foram impedidos de entrar na unidade.

De acordo com o Ministério da Saúde, a nova diretora do Hospital, Elaine Lopez, o diretor presidente do GHC, Gilberto Barichello, e o Secretário Nacional adjunto de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Junior, estão visitando as dependências do hospital, conversando com trabalhadores e iniciando a vistoria.

Uma audiência de conciliação está marcada para segunda-feira (21) entre o sindicato que representa os servidores federais da saúde no Rio e representantes do Grupo Conceição.

O Ministério da Saúde informou que o hospital passará a ser administrado pelo Grupo Hospitalar Conceição, uma empresa pública vinculada ao Governo Federal, que atua em todo o país e atende exclusivamente pelo SUS. As prioridades da nova gestão são reabrir a emergência, salas de cirurgia e mais de 200 leitos, com uma retomada gradual dos serviços. A previsão é que o hospital esteja totalmente operacional em 90 dias.

Além disso, mais de 2 mil novos trabalhadores serão contratados por meio de processo seletivo. A pasta reforça que os direitos dos servidores efetivos estão garantidos.

A Polícia Militar informou que agentes do Batalhão de Choque atuaram em apoio ao 22º BPM (Maré) e à Polícia Federal para realizar a desocupação do hospital.

O que dizem os servidores

Uma enfermeira que trabalha no hospital há 30 anos afirmou que os servidores tentam há tempos dialogar com o Ministério da Saúde sobre o fatiamento da rede pública e o fechamento de serviços no hospital. Uma técnica de enfermagem também criticou a falta de transparência na nova gestão.