As duas crianças baleadas no tiroteio da Gardênia Azul moram na Vila Kennedy, na Zona Oeste, com a mãe e uma avó, e tinham ido para a casa de uma tia para passar o fim de semana. Vania Pereira contou que levou as crianças para sua casa devido aos episódios de violência na região onde as crianças moram, e elas acabaram feridas na Gardênia.
"Ai eu falei: 'mãe, vamos lá, vamos andar um pouquinho. Vamos passear'. E aí aconteceu isso. Eu sei também que não tá legal. Mas pelo menos lá é mais tranquilo. Lá tem o condomínio, a gente fica lá dentro (...) Eu chego e encontro a guerra aqui. Fugiu da guerra lá e encontrou ela aqui", disse Vania, em entrevista à TV Globo.
Na porta do Hospital Lourenço Jorge, a mulher lamentou a violência na cidade, que vem vitimando cada vez mais crianças.
"Isso mostra que os homens estão se matando e estão levando nossas crianças. É um medo, né?. O medo tomou conta, a violência tomou conta. Acabou, a terra acabou. A gente não pode mais ir e vir, acabou a liberdade", completou.
Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado na 32ª DP (Taquara) e as investigações estão em andamento para identificar a autoria dos disparos. Sob forte influência de milicianos, a Gardênia Azul, assim como Rio das Pedras, tem sido palco de invasões do Comando Vermelho (CV), que pretende expandir pontos de venda de drogas pelo Rio. No ano passado, integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) se juntaram com milicianos para expulsar bandidos da facção, que conseguiram invadir partes desses locais.