DH passa a investigar morte de jovem baleado na cabeça em baile em Queimados

Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, teve a morte cerebral confirmada nesta sexta-feira (3)

Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, morreu depois de ser baleado na cabeça em Queimados
Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, morreu depois de ser baleado na cabeça em Queimados -
Rio - A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) começou a investigar, nesta sexta-feira (3), a morte do jovem Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, baleado na cabeça em um baile na comunidade São Simão, na Baixada Fluminense.
O caso estava a cargo da 55ª DP (Queimados), mas, com a morte cerebral da vítima confirmada nesta sexta pelo Hospital Geral de Nova Iguaçu, a especializada assumiu as investigações. 
Segundo relatos, o crime aconteceu depois que Kauan pisou no pé de um traficante conhecido como 'Testa de Ferro', na madrugada desta quarta-feira (1º). Ambos teriam se empurrado e trocado tapas, até que o jovem foi atingido na cabeça.
Postagens em redes sociais dizem que o suspeito teria sido morto por traficantes, mas, ao DIA, o delegado André Cavalcante informou que não há nada de concreto sobre esta informação. 
Depois de ser baleado, Kauan foi socorrido e encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Queimados. Posteriormente, ele foi transferido para o HGNI, também na Baixada Fluminense, onde ficou no Centro de Terapia Intensiva (CTI) em estado gravíssimo. Na manhã desta sexta (3), o hospital informou que o paciente passou por avaliação das funções vitais e neurológicas. Os exames confirmaram a morte cerebral.
A família do jovem esteve no hospital e foi informada da morte na manhã desta sexta. Muito emocionado, o mecânico e motorista de aplicativo, Renato Pereira, contou que o filho comemorava a realização do sonho de ser paraquedista do Exército, poucas horas antes de ser baleado, ao receber a convocação na virada do ano. Ele passou o Réveillon com familiares em casa e, por volta das 3h, foi para a comunidade, onde um tio materno morava e o baile acontecia.
"Era o dia que o meu filho estava mais feliz, porque recebeu a notícia do sonho dele (…) Ela já tinha se alistado, fez todos os trâmites para entrar no Exército, todas as provas, estava só esperando o batalhão que ele ia 'cair'. Meia-noite, 'caiu' o batalhão e o dia que ele ia se apresentar, meu filho feliz, começou a dançar, brincar", lembrou o pai.
Muito emocionado, o pai declarou que o jovem foi vítima de uma "covardia" e pediu por justiça. "Uma covardia que fizeram com ele, meu filho nunca fez mal a ninguém, é um menino de ouro. Por que fizeram isso com o meu filho? Meu filho era quieto, 'bobão', só tinha tamanho. Meu filho não era de sair, era de ficar em casa com a mãe. Eu quero justiça, quero quem fez isso com o meu filho pague, essa covardia que fizeram com ele".
Além do sonho com a carreira militar, o jovem era atleta desde os 11 anos e conquistou diversos títulos como jogador de futebol nas categorias de base. O último time em que atuou foi o Atlético Barra da Tijuca, pelo qual conquistou um campeonato em 2021. Nas redes sociais, o clube lamentou o caso e se solidarizou com parentes e amigos da vítima.
Ainda não há informações sobre o enterro de Kauan.