Polícia prende quadrilha que fabrica e vende anabolizantes ilegais

Produtos tinham substâncias tóxicas nas fórmulas, como repelentes de insetos. Foram presas 15 pessoas e apreendidas armas e drogas

Produtos eram promovidos e vendidos em sites e nas redes sociais, abaixo do preço de mercado
Produtos eram promovidos e vendidos em sites e nas redes sociais, abaixo do preço de mercado -
Rio - Uma ação da Polícia Civil e do Ministério Público (MPRJ) prendeu 14 pessoas envolvidas em um esquema de fabricação clandestina e venda ilegal de anabolizantes. A Operação Kairos tinha como alvo uma quadrilha que movimentou mais de R$ 82 milhões em cerca de um ano com a atividade ilegal e cumpriu mandados em Irajá, Vicente de Carvalho, Guadalupe, Méier e Olaria, na Zona Norte, em Niterói, São Gonçalo e Maricá, na Região Metropolitana, bem como no Distrito Federal.
A ação foi realizada pela 76ª DP (Niterói) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com apoio da Coordenação de Repressão às Drogas (CORD) da Polícia Civil do Distrito Federal. Entre os presos, está o chefe da quadrilha, Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como Boss, em um imóvel de alto padrão, em São Gonçalo. 
Imagens da TV Globo registraram placas com frases ameaçadoras na residência do criminoso, como "Propriedade particular. Invasores serão alvejados. Sobreviventes serão alvejados novamente" e "Atenção. Da cerca pra dentro agimos igual ao STF. Acusamos, julgamos e executamos a pena!". No local, foram apreendidos três pistolas, uma escopeta e munições.
Placas com ameaças foram localizadas na casa do chefe da quadrilha, em São Gonçalo - Reprodução/TV Globo
Placas com ameaças foram localizadas na casa do chefe da quadrilha, em São GonçaloReprodução/TV Globo
Uma pessoa também foi presa em flagrante, com armas e drogas. Um outro líder da quadrilha está em um cruzeiro e os agentes realizam diligências para prendê-lo. Ao todo, 23 pessoas foram denunciadas por associação criminosa, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais e crimes contra as relações de consumo. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, que R$ 82.062.506 da conta dos alvos.
Inseticidas eram usados nas fórmulas
As investigações começaram em junho de 2024, a partir de postagens identificadas pelo setor de Segurança dos Correios, de grandes quantidades de remessas de substâncias anabolizantes, enviadas diariamente por encomenda para diversos locais do Rio e outros estados. A Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (Decon) foi comunicada e a estimativa é de que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões no período.
Os produtos eram fabricados clandestinamente, sem fiscalização das autoridades sanitárias e utilizavam substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos nas suas fórmulas, como repelentes de insetos. Os denunciados vendiam para clientes de 26 estados brasileiros. Ao longo das investigações, foram apreendidas mais de 2 mil substâncias ilícitas que seriam remetidas, causando prejuízo de mais de R$ 500 mil ao grupo.
Entretanto, o Gaeco apontou que o número representa apenas cerca de 10% do total efetivamente distribuído pelos criminosos. Segundo a denúncia, as marcas Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos fazem parte do conglomerado envolvido na venda de anabolizantes irregulares, promovidos e vendidos por meio de sites e redes sociais, abaixo do preço de mercada e sem informações sobre os riscos à saúde, induzindo os consumidores a comportamentos prejudiciais.
A Polícia Civil identificou que para maximizar as vendas, o grupo também patrocinava grandes eventos de fisiculturismo e atletas profissionais, além de pagar influenciadores digitais para alavancar as vendas. Eles chegavam a receber mais de R$ 10 mil mensais para promoção da marca. 
Também foram identificados diversos operadores financeiros, que lavavam a entrada e saída de quantias milionárias para dificultar a ação da polícia. As investigações seguem para identificar os revendedores, influenciadores e atletas patrocinados pela quadrilha.
A reportagem de O DIA tenta contato com a Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos. O espaço está aberto para manifestação. 
*Colaborou Pedro Teixeira
Produtos eram promovidos e vendidos em sites e nas redes sociais, abaixo do preço de mercado
Produtos eram promovidos e vendidos em sites e nas redes sociais, abaixo do preço de mercado Pedro Teixeira/Agência O Dia
Grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões durante o período de investigações
Grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões durante o período de investigações Reprodução
Grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões com frabicação e venda irregular de anabilizantes
Grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões com frabicação e venda irregular de anabilizantes Reprodução
Produto era fabricado clandestinamente, sem fiscalização das autoridades sanitárias
Produto era fabricado clandestinamente, sem fiscalização das autoridades sanitárias Reprodução
Produto utilizava substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos nas suas fórmulas, como repelentes de insetos
Produto utilizava substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos nas suas fórmulas, como repelentes de insetos Reprodução
Denunciados vendiam as substâncias para clientes dos 26 estados brasileiros
Denunciados vendiam as substâncias para clientes dos 26 estados brasileiros Reprodução
Produtos eram promovidos e vendidos por meio de sites e redes sociais, sem informações sobre os riscos à saúde
Produtos eram promovidos e vendidos por meio de sites e redes sociais, sem informações sobre os riscos à saúde Reprodução
Grupo patrocinava eventos de fisiculturismo e atletas profissionais, além de pagar influenciadores digitais para alavancar as vendas
Grupo patrocinava eventos de fisiculturismo e atletas profissionais, além de pagar influenciadores digitais para alavancar as vendas Reprodução
Prisões aconteceram no Rio, São Gonçalo, Maricá e Niterói
Prisões aconteceram no Rio, São Gonçalo, Maricá e Niterói Reprodução
Operação prenderam 14 pessoas envolvidas na fabricação e venda ilegal de anabolizantes
Operação prenderam 14 pessoas envolvidas na fabricação e venda ilegal de anabolizantes Reprodução
Ao todo, 23 pessoas foram denunciadas pela fabricação clandestina e venda ilegal de anabolizantes
Ao todo, 23 pessoas foram denunciadas pela fabricação clandestina e venda ilegal de anabolizantes Reprodução
Grupo contava com operadores financeiros, que lavavam a entrada e saída de quantias milionárias
Grupo contava com operadores financeiros, que lavavam a entrada e saída de quantias milionárias Reprodução
Placas com ameaças foram localizadas na casa do chefe da quadrilha, em São Gonçalo
Placas com ameaças foram localizadas na casa do chefe da quadrilha, em São Gonçalo Reprodução/TV Globo
Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos são apontadas como marcas envolvidas na venda irregular de anabolizantes
Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos são apontadas como marcas envolvidas na venda irregular de anabolizantes Pedro Teixeira/Agência O Dia