Rio - O bicheiro José Caruzzo Escafura, mais conhecido como Piruinha, morreu nesta quarta-feira (22), aos 95 anos, no Rio. Piruinha estava se recuperando de uma pneumonia e passou mal em casa. Ele era o contraventor mais velho da antiga cúpula do Jogo do Bicho na cidade. O velório será nesta quinta-feira (23) na casa de shows Sambola, na Abolição, e o enterro está marcado para às 16h, no Cemitério de Inhaúma.
Piruinha recebeu este apelido por causa de sua origem humilde, já que era chofer de transporte público e costumava conduzir peruas (carros com porta-malas espaçosos) nas ruas do Rio. Ele exerceu, por décadas, o domínio do Jogo do Bicho nos bairros de Madureira, Abolição, Cascadura, Maria da Graça, Piedade e Inhaúma, na Zona Norte.
Em 1993, Piruinha foi um dos 14 contraventores condenados por formação de quadrilha pela juíza Denise Frossard, da 14ª Vara Criminal. Paralelamente ao jogo, explorava outras atividades, como motéis na Zona Oeste e foi investigado por uma suposta ligação com uma quadrilha de abortos clandestinos.
Em 2024, ele foi absolvido da acusação de ser o mandante da morte de Natalino José do Nascimento Espínola, o Neto, que era dono de uma loja de carros e neto de Natal da Portela, patrono da escola de samba, por causa de uma dívida que tinha com contraventores da cidade. O crime ocorreu em julho de 2021, na Estrada Intendente Magalhães, na Vila Valqueire, Zona Oeste.
Herdeiro assassinado em 2017 e filha presa em 2024
Em junho de 2017, Piruinha sofreu um grande baque com o assassinato do filho Haylton Carlos Gomes Escafura, então com 37 anos. Ele estava na companhia de uma cabo da PM no Hotel Transamérica, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, quando homens armados invadiram o quarto e abriram fogo. Haylton era considerado o herdeiro natural do pai nos negócios.
Haylton foi preso em 2012 por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis do Rio. Ele foi foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão. Segundo investigações da Polícia Federal, Haylton lavava o dinheiro do jogo com a venda de carros de luxo.
Em 2024, a filha Monalliza Neves Escafura foi presa por extorsão e integrar organização criminosa. Ela, o pai, além de um policial militar, foram denunciados pelo envolvimento na morte de Natalino José do Nascimento Espínola, o Neto.