Rio - Depois de mais de um mês no CTI, a estudante Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça por agentes da PRF, foi transferida para leito de enfermaria, neste sábado (25). A melhora no quadro foi confirmada pela direção do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, de onde ela vem sendo tratada, desde a noite da véspera de Natal, quando ocorreu o caso.
Segundo o boletim médico, a paciente tem boa condição clínica, sem a necessidade do suporte garantido pelo ambiente de terapia intensiva. Por isso, recebeu alta para seguir com o "tratamento e reabilitação em ambiente de enfermaria".
"A paciente permanecerá aos cuidados da equipe da clínica médica, dando seguimento ao processo de decanulação e reabilitação psicomotora. Sem previsão de alta hospitalar", informa a direção da unidade.
Juliana deu entrada na unidade de saúde em Caxias na noite do dia 24 de dezembro, após ter sido atingida por um disparo na parte de trás do crânio. No dia 1º de janeiro, ela recobrou a consciência após sair da sedação, mas ainda permanecia respirando com suporte mecânico, através de traqueostomia.
Desde o último dia 17, Juliana já respira sem a ajuda de aparelhos e passa por processo de retirada da cânula usada no procedimento de traqueostomia. "(Ela) se apresenta em bom estado geral, apresentando boa estabilidade clinica, hemodinâmica e respiratória na última semana", enfatiza o boletim médico. A estudante ainda não tem previsão de alta.
Baleada a caminho da ceia de Natal
Juliana foi atingida na cabeça por um tiro, socorrida e levada para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, na noite do dia 24 de dezembro. Ela, os pais, o irmão e a namorada dele, seguiam de Belford Roxo, na Baixada, para a casa da irmã, em Itaipu, Região Oceânica de Niterói, onde a família faria a ceia de Natal.
Quando o carro da família passava pela Rodovia Washington Luiz (BR-040), na altura de Duque de Caxias, agentes da PRF dispararam contra o veículo. Um desses tiros perfurou a traseira do veículo e atingiu Juliana e o pai dela na mão direita. Três agentes envolvidos no incidente são alvo de um procedimento interno da PRF, além de um inquérito aberto pelo Ministério Público Federal.