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Fiocruz retoma trabalho presencial em Manguinhos dois dias após tiroteio

Funcionários do campus Maré devem permanecer em casa; PM faz operação na comunidade nesta sexta

Por Meia Hora

Publicado às 10/01/2025 10:50:00 Atualizado às 10/01/2025 10:50:44
Campus Manguinhos da Fiocruz
Rio – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) retomou, nesta sexta-feira (10), as atividades presenciais no Campus Manguinhos, na Zona Norte, após ter determinado expediente remoto na quinta (9). A medida na véspera foi consequência de um tiroteio desencadeado na quarta (8) durante operação da Polícia Civil na região.
Já para os funcionários do Campus Maré a orientação é para que permaneçam em casa. Aqueles que já se encontram em seus postos, destaca a fundação, “devem, preventivamente, retornar e realizar suas atividades remotamente”. Nesta manhã, policiais militares realizam operação para localizar envolvidos em roubos de cargas e veículos no Complexo da Maré.
Funcionária atingida
Na operação de quarta, um disparo acertou uma janela do prédio da Fiocruz e deixou uma funcionária ferida – o estado de saúde dela não foi divulgado.
Um trecho de uma nota da Fiocruz afirma que "durante a troca de tiros entre os policiais que estavam no local e criminosos do outro lado da margem do rio, trabalhadores tiveram que ficar agachados ou deitados embaixo de suas mesas". Visitantes que se encontravam no Museu da Vida Fiocruz – que suspendeu as visitações na quinta – também precisaram se proteger durante o fogo cruzado.
Além disso, os atendimentos realizados pelo Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (Ensp/Fiocruz) precisaram ser suspensos.
A instituição disse ainda que toda a ação da Polícia Civil ocorreu de forma arbitrária, sem autorização ou comunicação com a unidade, colocando trabalhadores e alunos em risco.
Sobre a produção de vacinas, a Fiocruz informou que o trabalho remoto gerou um impacto pontual, mas não afetou a distribuição.
Na quinta, a Polícia Militar chegou a reforçar o policiamento na região. Já nesta sexta, a corporação informou que a UPP Manguinhos “realiza patrulhamentos constantes” na área.
Operação deixou três mortos
A Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), a 21ª DP (Bonsucesso) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram uma ação na comunidade contra roubos e receptação de cargas, em mais uma etapa da Operação Torniquete. O objetivo foi enfraquecer o Comando Vermelho (CV) que controla a região, já que o dinheiro desses crimes garante atividades das organizações, disputas territoriais e pagamentos a familiares de faccionados, detidos ou em liberdade.
De acordo com a Polícia Civil, ao chegarem na região, os agentes foram atacados a tiros, e houve confronto. Relatos apontam que os disparos aconteceram nas favelas do Mandela 1 e 2 e Varginha, além da Rua Leopoldo Bulhões. Os bandidos também incendiaram barricadas para atrapalhar as equipes.
A corporação informou que um dos gerentes do tráfico da comunidade do Mandela morreu, e outros três suspeitos foram baleados. Dentre eles, dois se afogaram no Canal do Cunha – os corpos foram encontrados pelo Corpo de Bombeiros. Já um terceiro foi detido em cumprimento a um mandado de prisão.
Dentre as apreensões da operação, estão dois fuzis, duas pistolas, 4.730 unidades de lança-perfume, nove galões com lança-perfume, 2.650 pinos de cocaína, 390 pedras de crack, 110 papelotes de maconha, 31 tabletes de maconha e 40 papelotes de skunk.
Ainda em meio à operação, um drone flagrou a movimentação de criminosos andando nas proximidades da fundação. O grupo estaria deixando o espaço após fugirem dos policiais.