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Prefeitura derruba boxes na Uruguaiana destruídos pelo incêndio

Retorno de comerciantes afetados deve ocorrer na quinta-feira. Proposta é realocarem 92 espaços que estão vagos no camelódromo

Por Luiz Maurício Monteiro

Publicado às 14/01/2025 11:49:13 Atualizado às 14/01/2025 11:49:13
Prefeitura realiza demolição de boxes incendiados na Uruguaiana
Rio - A Prefeitura do Rio iniciou na manhã desta terça-feira (14) a demolição dos boxes do mercado popular da Uruguaiana, atingido por um incêndio no último domingo (12). A previsão é de que os comerciantes possam retornar ao trabalho na quinta-feira (16), realocados em 92 boxes que estão vagos e ficaram ilesos no incidente no Centro do Rio. O recadastramento para a realocação começa às 14h desta terça-feira (14).
A Coordenadoria Geral de Operações Especiais (CGOE), da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, estima que a limpeza do espaço, com 96 quiosques, deve durar cerca de 15 dias. O camelódromo seguirá totalmente interditado para funcionamento até quinta-feira.
"O importante é ter celeridade. Vamos fazer esse trabalho junto com a Comlurb para retirar esse material e limpar a área para que a gente possa assentá-los de novo. Até quinta-feira, estará liberada", garantiu Diego Vaz, secretário de Conservação.
A promessa é a de reproduzir na Uruguaiana um modelo de centro comercial nos moldes do Mercadão de Madureira, na Zona Norte do Rio. "Se a gente pudesse usar este espaço aqui para uma reconstrução, que é o que o prefeito quer, nos moldes de um Mercadão de Madureira, seria um ganho para todos", acrescentou Vaz.
A expectativa pela retomada ainda nesta semana deu um alento aos profissionais que acompanhavam de perto a remoção dos escombros: "Para a gente voltar a trabalhar, está muito bom", comentou Antônio do Nascimento, de 60 anos, que há 23 trabalha com vestuário em um dos boxes.

Sobre recomeçar sem a mercadoria consumida pelo fogo, ele demonstrou confiança: "Perdi até os documentos. Mas a gente é camelô e dá um jeito. Trabalha o quanto for preciso. E Deus em primeiro lugar", finalizou.
Já Kelly Fernandes, de 35 anos, tem um comércio de artigos de escolas de samba a poucos metros da quadra que pegou fogo, mas não teve sua loja destruída. Assim como todos os comerciantes do mercado popular, ela está sem trabalhar por esses dias e já pensa nos transtornos: "As nossas contas vão ficar atrasadas, infelizmente. Mas o importante é que a gente tem vida para recomeçar".

A autônoma - que herdou o comércio dos pais e está na Uruguaiana há 30 anos - demonstrou solidariedade aos colegas que tiveram o prejuízo maior: "Estou muito triste. Eles perderam tudo, e nós temos que ter empatia. Eu não estou trabalhando, mas ainda tenho minha mercadoria. Então precisamos nos colocar no lugar de quem nem tem o que trabalhar, nem a mercadoria". O setor atingido pelo fogo foi a quadra C, com 96 boxes. 
O incêndio teve início na manhã de domingo em uma loja na Rua dos Andradas, na altura da Rua Senhor dos Passos, e se espalhou rapidamente. Bombeiros de dez quartéis foram acionados para combater as chamas. A fumaça tomou grandes proporções e pôde ser vista de outras áreas da cidade, como do Pão de Açúcar, na Zona Sul do Rio. O local foi interditado pela Defesa Civil Municipal por tempo indeterminado e, no início da tarde de segunda-feira, os bombeiros encerraram o trabalho de rescaldo.
Confira imagens da demolição e limpeza do mercado popular nesta terça-feira (14):