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Megaoperação para prender 14 criminosos tem tiroteio no Alemão
Os alvos são do núcleo financeiro do Comando Vermelho (CV); Mandados de prisão são cumpridos também em outra regiões, estados e até na cadeia
Por Meia Hora
Publicado às 15/01/2025 09:11:00 Atualizado às 15/01/2025 09:15:52Rio - Moradores do Complexo do Alemão, na Zona Norte, vivem momentos de terror em meio a um confronto entre criminosos e agentes das Forças de Segurança do Rio desde a madrugada desta quarta-feira (15). No local, ocorre uma megaoperação das polícias Militar, Civil e do Ministério Público contra o núcleo financeiro da organização criminosa Comando Vermelho (CV). Ao todo, os agentes buscam cumprir 14 mandados de prisão, incluindo em outras regiões, estados e até no presídio. Até o momento, seis pessoas foram presas. Dentre elas, a maioria são mulheres.
Em imagens que circulam nas redes sociais é possível ver a intensidade do tiroteio e a movimentação policial na região, que contou com a presença de helicópteros. Durante o confronto, bandidos colocaram fogo em barricadas, atravessaram carros entre as ruas, abriram bueiros e jogaram óleos nas pistas.
Veja vídeos:
Segundo a Polícia Militar, a ação conta com uma aeronave, 10 blindados e 12 batalhões. No local, agentes realizam a remoção de barricadas usando maçaricos, retroescavadeiras e até mesmo extintores.
Os mandados estão sendo cumpridos em Bangu, Jacarepaguá, Engenho da Rainha, Nova Iguaçu, Ramos, Copacabana, Cordovil, Santo Cristo e no Instituto Penal Vicente Piragibe. Além disso, também há mandados sendo cumpridos nos estados da Bahia e Paraíba.
Os alvos foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) à Justiça pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, relacionados ao tráfico de drogas e à ocultação de valores ilícitos.
De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos são familiares e operadores do fundo da facção conhecido como "caixinha", em que o financiamento é alimentado por diversos crimes, como roubo e furto de veículos e de cargas, compra de drogas e armamentos, expansão territorial, pagamento de propinas, assistência a membros presos e crimes conexos, como extorsões, além da exploração monopolizada de serviços de internet.
Segundo o MPRJ, o sistema funciona por meio de taxas cobradas mensalmente de líderes de pontos de venda de drogas nas comunidades dominadas pela facção. Em troca, os responsáveis pelas "bocas de fumo" têm acesso à marca da organização, fornecedores de drogas, suporte logístico e apoio bélico.
As investigações, conduzidas com uso de tecnologia avançada pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), revelaram ainda um esquema sofisticado que movimentou milhões de reais através de atividades ilícitas. Segundo a apuração, houve ocultação de valores em cerca de 5 mil operações financeiras, totalizando mais de R$ 21 milhões.
Impactos
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as clínicas da família Zilda Arns e Rodrigo Y Aguilar Roig acionaram o Protocolo Acesso Mais Seguro e, para segurança de profissionais e usuários, suspenderam o funcionamento nesta quarta-feira (15).
Já o Centro de Operações Rio informou que a Estrada do Itararé e a Rua Paranhos estão interditadas, devido à operação. Dentre as opções, motoristas podem optar entre Olaria e Inhaúma: Rua Uranos e Avenida Itaóca.
Ônibus que circulam na região também tiveram desvios nos itinerários. De acordo com Rio Ônibus, seis linhas foram afetadas. São elas:
621 (Penha x Saens Penha)
622 (Penha x Saens Penha)
623 (Penha x Saens Penha)
625 (Olaria x Saens Penha)
679 (Grotão x Méier)
312 (PenhaxCandelária)
622 (Penha x Saens Penha)
623 (Penha x Saens Penha)
625 (Olaria x Saens Penha)
679 (Grotão x Méier)
312 (PenhaxCandelária)
Suposto vazamento da operação
Ainda durante a madrugada, bandidos montaram barricadas para atrapalhar a entrada dos policiais na comunidade. Segundo relatos que circulam nas redes sociais, as informações sobre a operação teriam sido vazadas ainda na noite de terça (15).
Ainda durante a madrugada, bandidos montaram barricadas para atrapalhar a entrada dos policiais na comunidade. Segundo relatos que circulam nas redes sociais, as informações sobre a operação teriam sido vazadas ainda na noite de terça (15).
Tiroteio na Penha e Ipase
Ainda na tarde de terça (14), moradores relataram intenso tiroteio também na comunidade do Ipase e Vila Kosmos. Na ocasião, PMs atuaram na localidade através do Batalhão de Choque (BPChq) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Ainda segundo os relatos, os confrontos também aconteceram em comunidades próximas como o Morro da Fé, na Penha, e no Juramento, em Vicente de Carvalho. A Avenida Vicente de Carvalho chegou a ficar interditada por causa do tiroteio.