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Jovem baleada pela PRF volta a falar e escreve novo bilhete

Juliana Leite Rangel, 26 anos, ainda conversa com dificuldades, mas apresenta melhora progressiva a cada dia: 'Aprendendo tudo de novo'

Por Meia Hora

Publicado às 21/01/2025 11:24:00 Atualizado às 21/01/2025 11:25:47
Juliana Leite Rangel foi baleada na cabeça pela PRF na véspera de Natal e está internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Caxias
Rio - Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal (24), escreveu um novo bilhete à família nesta segunda-feira (20). Internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Caxias, na Baixada Fluminense, ela já respira sem aparelhos e apresenta melhora progressiva a cada dia.

"Voltei a falar com dificuldade. Me sinto uma criança aprendendo tudo de novo, mas de modo doloroso", escreveu.

A carta foi divulgada pela irmã da jovem nas redes sociais. Na última quinta-feira (17), ainda sem conseguir falar, Juliana escreveu um outro bilhete pedindo por Justiça: "Só Deus e eu sabemos o que estou passando", disse.
Nos últimos dias, a jovem conseguiu completar o processo de desmame, não dependendo mais do suporte de ventilação mecânica, nem para fisioterapia respiratória.

De acordo com o boletim médico divulgado nesta terça-feira (21), ela está acordada, lúcida, interagindo bem e se comunicando; realizando fisioterapia respiratória e motora, onde segue conseguindo caminhar com auxílio. Além disso, do ponto de vista neurológico, Juliana não apresentou novos sintomas e está em processo de reabilitação.

Apesar disso, ela segue em terapia intensiva, em acompanhamento pelo serviço de neurocirurgia, psicologia, em conjunto com equipe multidisciplinar, e sem previsão de alta do CTI.
Relembre o caso

Juliana foi atingida por um disparo de fuzil na noite do dia 24 de dezembro, dentro do carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), na altura de Duque de Caxias. Segundo o pai dela, que dirigia o carro, não havia nenhum motivo para a abordagem a tiros. Ele também foi atingido na mão esquerda e recebeu alta no mesmo dia. O carro da família, de cinco pessoas, ficou com várias perfurações. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso.

O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação apura todos os casos de excessos durante abordagens policiais feitas pelos seus agentes. Os dois homens e a mulher que participaram da abordagem foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais. O caso aconteceu horas depois de o Governo Federal ter publicado um decreto para regulamentar o uso da força durante operações policiais, que estabeleceu que “o emprego de arma de fogo será medida de último recurso".