Além do risco ambiental, há também para atividades de moradores

O geógrafo marinho Eduardo Bulhões, professor e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), contou que a explosão é um tipo de ocorrência classificada como desastre tecnológico, e outras atividades da população da região podem ser prejudicadas.

"A circulação da água e dos poluentes na baía é influenciada por ventos, marés e chuvas e, a depender da combinação desses fatores, possibilita o rápido espalhamento da mancha de óleo. Isso pode alcançar e ameaçar diretamente os manguezais, que são ecossistemas bem sensíveis, relevantes e de difícil recuperação. Pode gerar também prejuízos diretos para a pesca artesanal e para as atividades recreativas. Infelizmente, na maioria dos casos, há certas dúvidas quanto à eficácia das ações de resposta. Acidentes acontecem, mas, em casos como esse, os investimentos, os protocolos e o trabalho na prevenção certamente podem evitar ou minimizar esses impactos negativos citados", disse.

Júlio Wasserman, professor de Análise Geoambiental da UFF, destacou que um dos principais problemas é a contaminação dos manguezais.

"Os manguezais têm um papel ecológico, como berçário de peixes e crustáceos. É um elo extremamente importante na cadeia trófica da Baía de Guanabara. As árvores com aquelas raízes aéreas têm estruturas de respiração e, se os poros forem impregnados, podem matar a árvore".

Em nota, a Moove afirmou que está seguindo protocolos de segurança e controle socioambiental com o objetivo de minimizar os impactos na região da Baía de Guanabara.