Samba: 'As mães que alimentam o sagrado'

Criadora e criação

A sublime perfeição ôô

A luz de Obinrin

Orixá assim é raro

É Iyá que tem o faro

Pra amar depois do fim

A senhora do segredo

Do feitiço e do tempero

Sua força é Gueledé

E na grande encruzilhada

Oceano foi estrada

Sem perder a sua fé

Quero bênção de mainha

Milagrosa benzedeira

Yabassé rege a cozinha

Ganha a rua quituteira

Ijexá, pão da terra é padê

Se o pedido vem do ventre, só a fé vai conceber

Ara! Que teu seio tem fulgor

E semeia de amor pela forma mais perfeita

Rega pelas lágrimas de Deus

Cada um dos filhos teus

A paixão pela colheita

Embala eu mamãe

Teu colo é chão onde eu quero morar

Assim a nova mátria nascerá

Entregue a elas o poder

Rogai por nós!

Santa dos altares e terreiros

Maria, me envolva em teu manto

Ó mãe preta do Arranco!

É samba de Yaô, na curimba de mulher

Quem não pode com mandinga, não carrega meu axé

Tenho sangue de rainha, que o sagrado alimenta

Yalorixá que homem nenhum enfrenta