Uma operação da Polícia Civil, ontem, resultou na identificação de um esquema de compra ilegal de créditos de vale-refeição em Jacarepaguá, Zona Oeste. A estimativa é de que a prática já tenha movimentado mais de R$ 10 milhões.
De acordo com a polícia, a empresa responsável pela atividade ilícita — que não teve o nome revelado para não prejudicar a operação, mas era regularizada no ramo de compra de vales — oferecia dinheiro em espécie em troca de créditos de auxílio-alimentação, porém, cobrando taxas abusivas descontadas pelo 'serviço'. As investigações apontam que os valores oriundos dessas transações são fruto da lavagem de dinheiro de organizações criminosas.
Ao MEIA HORA, o delegado Ricardo Barbosa, titular da 41ª DP (Tanque), responsável pela operação, explicou que a compra de vale-refeição é lícita: "a empresa compra com um valor menor e usa o crédito. Por exemplo, dá R$ 800 e fica com crédito de R$ 1 mil".
O delegado explicou por que a atuação da companhia de Jacarepaguá era ilegal: "O crédito não era utilizado para refeições, e ainda havia um ágio (juro superior à taxa legal ou diferença entre o valor de mercado de um produto e o valor pago) para a empresa".