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Familiar de motociclista morto por linha chilena desabafa: 'Descaso total'
Victor Hugo Silva, 38 anos, teve o pescoço cortado quando passava de moto pela Avenida Brasil, em Realengo, neste domingo (16)
Por Romulo Cunha
Publicado às 17/03/2025 11:32:26 Atualizado às 17/03/2025 11:32:26Rio - "Descaso total. Todos os dias perdemos pessoas por essa maldita linha. Até quando?". A morte do motociclista Victor Hugo Silva, de 38 anos, que teve o pescoço cortado por uma linha chilena enquanto passava pela Avenida Brasil, altura de Realengo, na Zona Oeste, causou revolta em seus familiares.
Ao Meia Hora, uma parente, que preferiu não ser identificada, contou que Victor trabalhava como motociclista de aplicativo no momento do incidente ocorrido na tarde deste domingo (16). A familiar reclamou sobre o uso do material cortante e a dificuldade de encontrar a pessoa responsável por utilizá-lo.
"Estamos destruídos fisicamente e mentalmente. Ele era querido, um homem de bem, paizão e morreu por conta de uma linha. Nunca teremos uma resposta do irresponsável que cometeu esse crime. Eu queria uma resposta. Até quando iremos continuar perdendo pessoas boas, pessoas do bem, por conta de uma linha chilena? Descaso total", lamentou.
Além de motociclista por aplicativo, Victor também trabalhava em uma fábrica de uma loja de acessórios de luxo. A vítima deixou quatro filhos. Ainda não há informações sobre seu enterro.
"Era um homem honesto, trabalhador, responsável e um pai incrível que não merecia um final de vida assim. Estão todos destruídos. Ninguém imaginava o fim assim para um homem tão incrível como ele", finalizou a familiar.
A comercialização, o uso, o porte e a posse da substância conhecida como cerol e da linha chilena, além de qualquer outro produto utilizado na prática de soltar pipas que possua elemento cortante, é proibida por lei estadual. O Disque Denúncia, através do programa Linha Verde, pede ajuda nas denúncias sobre locais que fabricam e comercializam os produtos. O anonimato é garantido e as informações podem ser repassadas para os números 2253 1177 ou 0300 253 1177.
Além da lei, o uso e o comércio da linha chilena também é considerado crime com pena de três meses a um ano de detenção. O produto é considerado quatro vezes mais perigoso do que o cerol, podendo até cortar fiação elétrica.
A morte de Victor é investigada pela 33ª DP (Realengo). Segundo a Polícia Civil, a perícia foi solicitada para o local e diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.