'Chegou quem não devia', 'macumbeira', 'neguinha' e 'pão careca'. Por tais ofensas a uma aluna de 7 anos de uma escola municipal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a 60ª DP (Campos Elíseos) abriu investigação contra a instituição. A família da menina acusa o corpo docente de compactuar com a intolerância religiosa e o racismo.
Segundo a mãe, a menina teria sido castigada pela professora duas vezes por reclamar das humilhações. A última teria acontecido há duas semanas. "Um coleguinha falou que quando ela voltasse para a escola (após raspar a cabeça em um ritual religioso) seria o 'pão careca' porque já não era bonita. Aí outro falou: 'cuidado, ela vai fazer macumba'. Minha filha foi falar com a professora, que não deu importância e ainda a deixou trancada na secretaria até a coordenadora chegar", acusou.
A diretora da escola afirmou que a instituição só foi informada sobre o bullying na semana passada, após uma reunião com a mãe, e se comprometeu a conversar com os pais e alunos. Ela negou a omissão e os castigos. A Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias ressaltou que defende que o direito da criança seja respeitado e que os fatos devem ser esclarecidos.
A mãe disse que o registro de ocorrência cita trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A Polícia Civil não se pronunciou sobre a investigação.