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Operação policial mira envolvidos em extorsão de comerciantes do camelódromo da Uruguaiana

Além de gerenciar o aluguel e a venda de boxes no mercado popular, suspeitos cobravam taxas semanais em troca de segurança, limpeza e para uma suposta divisão da conta de luz

Comércio popular fica no Centro do Rio
Comércio popular fica no Centro do Rio -
A Polícia Civil e o Ministério Público estadual (MPRJ) fazem, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, a Operação Camelus contra suspeitos de praticarem extorsões de comerciantes do camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio. São diversos mandados de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos em endereços de oito acusados em várias cidades, dentre elas municípios da Baixada Fluminense.
Tanto o ex-presidente do Centro Comercial Uruguaiana, José Lopes do Nascimento, como o atual, Antenor Pereira de Jesus Filho, são alvo das investigações. O MPRJ diz que agentes públicos também estão envolvidos no esquema.
A entidade pediu à Justiça o afastamento dos integrantes da organização criminosa da associação dos comerciantes do camelódromo e de servidores envolvidos de qualquer fiscalização feita pela Secretaria Municipal de Ordem Pública e à Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização.
INVESTIGAÇÕES
De acordo com o inquérito policial, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), de abril de 2015 a maio de 2018, além das extorsões, os envolvidos no crime também adquiriram boxes do mercado popular de forma irregular.
Os acusados gerenciam o aluguel e a venda irregular dos espaços e ainda cobravam taxas semanais dos comerciantes em troca de segurança, limpeza e para uma suposta divisão da conta de luz. Quem não pagasse, poderia ser expulso do local, com a perda do ponto de venda.
"O grupo utilizava o esquema criminoso para, através da Associação de Comerciantes do local, usurpar funções públicas que deveriam ser desempenhadas pelo estado e pelo município do Rio de Janeiro, utilizando-se ainda de agentes públicos, responsáveis por inibir a efetiva fiscalização e garantir a omissão estatal, viabilizando assim a construção irregular em espaço público, alteração fraudulenta de titularidade de boxes no cadastro de permissionários junto à Prefeitura, bem como o fomento às demais práticas criminosas", diz um trecho da denúncia do Ministério Público.
Os acusados da investigação vão responder pelos crimes de extorsão, venda e cessão irregular de espaço público permissionário, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, dentre outros.
"Além de inúmeras outras irregularidades que colocam em risco a vida de comerciantes e frequentadores do local", alega o MPRJ.