Rio - A mãe de Kathlen Romeu, a administradora Jacklline Lopes, fez um longo desabafo nas redes sociais, na manhã deste domingo (13), sobre a perda da filha, morta há cinco dias no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio, durante um tiroteio. Jackelline relatou que desde que perdeu Kathlen, ela sente medo e revolta diante de tudo que aconteceu.
Em um trecho do desabafo, a administradora diz que ainda não consegue acreditar que a jovem se foi. "Eu preciso de uma dose mais forte...seja ela de amor, seja ela de oração, seja ela de conformismo [...] fico cada dia mais perdida, me enganando que ela está no trabalho, que ela está no Marcelo, que está tomando banho, lavando louça...mas a madrugada cai e ela nunca chega! Desespero total", escreveu Jackelline.
A mãe também relembrou características marcantes da filha, que estava grávida de quatro meses. "Ela era grandiosa demais! Ela conquistava o coração de todos onde passava! Desde pequena carismática", descreveu. Jackelline finalizou o desabafo pedindo por justiça. "A justiça vai ser feita e vamos honrar Kathlen Romeu pra sempre", encerrou.
Em um outro trecho, Jackelline se mostrou revoltada com o autor do disparo que matou sua filha. "Infeliz que fez isso com meus anjos! A você, que fez isso com a minha filha, só desejo uma coisa: que você nunca mais tenha paz! Que esse nome Kathlen de Oliveira Romeu te atormente até o último dia da sua vida".
Andamento das investigações
Neste sábado (12), a Polícia Militar informou que os 12 agentes envolvidos na operação no Complexo do Lins, que resultou na morte de Kathlen Romeu, foram afastados das ruas, cinco deles prestaram depoimentos duas vezes.
Na sexta-feira (11), a avó, mãe, pai e marido de Kathlen estiveram na Delegacia de Homicídios (DH) para prestar depoimento. Agora, um dos principais pontos a serem apurados pela investigação é de onde partiram os tiros que, segundo os familiares, vieram dos PMs. No entanto, a corporação nega a versão.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também instaurou uma investigação para apurar a conduta dos policiais que participaram da ação que resultou na morte de Kathlen de Oliveira Romeu, 24 anos, no Complexo do Lins, Zona Norte. Em nota, o MPRJ ainda afirmou que pediu à Corregedoria da Polícia Militar para instaurar um inquérito interno para investigar o caso.
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Álvaro Quintão, a ação policial que terminou com a morte da jovem grávida Kathlen Romeu foi irregular. "Se os policiais estavam nesta ação dentro da favela, foi irregular porque não comunicaram ao Ministério Público e a PM negou a operação, por outro lado, se os policiais estavam em operação à revelia do comando da PM, também se trata de uma operação irregular", afirma o presidente.
Confira o desabafo de Jacklline Lopes na íntegra: