Rio - A Polícia Civil conseguiu autorização para exumar o corpo de Fernanda Cabral, de 22 anos, nesta quinta-feira (26). Os investigadores querem analisar se a jovem foi vítima de envenenamento e se a causa da sua morte tem relação com a madrasta Cíntia Mariano, 49, presa desde sexta-feira passada (20) no presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.
O prontuário médico da jovem, com 170 páginas, foi entregue ao titular da 33ª DP (Realengo), Flávio Rodrigues, na segunda-feira (23), e também será analisado. Inicialmente, a morte da jovem foi dada como causa natural, visto que ela teve uma parada cardíaca que causou um dano cerebral, e, consequentemente, falência dos órgãos. Mas agora o caso está sendo investigado como um homicídio.
O irmão de Fernanda, Bruno Cabral, de 16 anos, também passou mal e ficou internado por quatro dias após comer um prato de feijão oferecido pela madrasta na semana passada. O adolescente teve os mesmos sintomas apresentados pela irmã. Na segunda-feira (23), a delegacia recebeu o prontuário médico de Bruno, que apontou intoxicação exógena, quando o corpo é submetido a uma substância externa. Um frasco de antipulgas foi encontrado na cozinha da casa de Cíntia e encaminhado para perícia.
Os irmãos deram entrada na unidade de saúde com os mesmos sintomas em um intervalo de dois meses. Ambos apresentavam tonteira, língua enrolada, palidez e salivavam excessivamente. A semelhança entre os quadros de saúde foi o que chamou a atenção dos parentes e amigos.
O delegado também intimou funcionários e médicos do Hospital Municipal Albert Schweitzer, responsáveis pelo atendimento de Fernanda e Bruno, a prestar depoimento na delegacia ainda nesta semana.