Mãe que matou e ocultou corpo de filha é denunciada pelo MP

Gizele Matos de Almeida Gonçalves confessou que deixou menina sem comida e água por dias. Promotoria pediu prisão preventiva da denunciada

MRPJ denunciou Gizele Matos de Almeida Gonçalves por homicídio triplamente qualificado
MRPJ denunciou Gizele Matos de Almeida Gonçalves por homicídio triplamente qualificado -
Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou Gizele Matos de Almeida Gonçalves por matar e ocultar o corpo da própria filha, em Itaboraí, na Região Metropolitana. O caso foi descoberto no último dia 3, depois que vizinhos estranharam que C.M.G, de 6 anos, não era vista desde o início das férias escolares e passaram a sentir cheiro forte vindo do apartamento delas. O órgão também pediu a prisão preventiva da mulher.

A mulher foi denunciada por homicídio triplamente qualificado e a 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Itaboraí aponta que Gizele matou a filha por inanição, ao deixar a criança sem alimentação e água durante dias seguidos. O documento aponta que policiais estiveram no apartamento onde elas moravam, após vizinhos do edifício não verem mais a menina e notarem que o imóvel permanecia constantemente trancado.
Os moradores então passaram a desconfiar do comportamento da mãe, especialmente no dia 26 de dezembro, quando sentiram um cheiro forte vindo do local. Os vizinhos acionaram a polícia e agentes estiveram no apartamento, onde encontraram o corpo da vítima em avançado estado de putrefação. Em depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), Gizele confessou que deixou a filha sem comida e água até que ela morresse.
A denunciada não soube informar quando a menina morreu, mas constatou que, no dia 24 de dezembro, ela já não estava mais viva. Na oitiva, a mulher alegou que "fez um bem à própria filha", já que estava desempregada. Ainda segundo a denúncia, os agentes encontraram um caderno com a contagem regressiva do dia da morte da criança, indicando que o crime foi premeditado e realizado com requintes de crueldade, uma vez que a menina ficou sem alimento e água por dias, em estado de extrema fraqueza e esgotamento.
"O crime foi praticado por motivo fútil, visto que a denunciada alegou que matou a filha porque está desempregada e com dificuldades financeiras. Foi cometido por meio cruel, eis que a vítima foi submetida a intenso sofrimento físico, sendo privada de alimento e água por vários dias. E foi cometido contra menor de 14 anos", destaca o promotor de Justiça, Paulo Sally.