Milícia cobrava estacionamento em hospital público de Jacarepaguá

Espaço explorado pelos criminosos faz parte do terreno do Hospital Municipalizado Cardoso Fontes, que em dezembro foi assumido pela prefeitura

Incêndio atingiu setor de anatomia patológica do hospital
Incêndio atingiu setor de anatomia patológica do hospital -
Rio - O estacionamento usado por pacientes e funcionários do Hospital Municipalizado Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, era controlado pela milícia. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, terça-feira (21), durante vistoria da prefeitura na unidade de saúde que, até o fim do ano passado, era administrada pelo Governo Federal.

Segundo o chefe da pasta, a organização criminosa controlava um terreno que fazia parte do hospital como estacionamento e cobrava valores elevados para pacientes e profissionais. O espaço fica em frente à unidade, na Estrada Grajaú-Jacarepaguá.
As denúncias recebidas dão conta de que o preço para usar o estacionamento variava entre R$ 50 e R$ 150.

Desde o fim do ano, quando a prefeitura assumiu a unidade, a área foi reintegrada e passou a fazer parte do plano de reestruturação. Com isso, o estacionamento será reformado e passará a atender gratuitamente aos pacientes e funcionários.

"Abrimos um processo de apuração para entender o que aconteceu. O próprio hospital já havia feito uma queixa à Polícia Civil. E a Polícia Federal também será envolvida para analisar como isso acontecia e nenhuma providência foi tomada até então. São alguns anos que isso estava dominado por um poder paralelo", explicou Soranz.

O secretario disse que a subprefeitura já trabalha dentro do estacionamento com máquinas e que o local será devolvido à população. "Isso não vai voltar a acontecer", garantiu Soranz.
Reestruturação
O plano de reforma do Hospital Municipalizado Cardoso Fontes conta com um investimento de R$ 210 milhões repassados pelo Ministério da Saúde. Com a reestruturação, o objetivo é aumentar o número de leitos de 182 para 250 e elevar o total de procedimentos de 84 mil para 160 mil por ano. 
Também estão previstas, entre as reformas estruturais, a ampliação dos CTIs, melhorias nos acessos e reforma na cozinha da unidade, além da manutenção de equipamentos, como tomógrafos. A primeira ação deve ser a reabertura da emergência da unidade, prevista para o dia 1º de março deste ano. 

Incêndio atingiu setor de anatomia patológica do hospital
Incêndio atingiu setor de anatomia patológica do hospital Banco de imagens / Agência O Dia
Prefeito em exercício e secretário de Saúde anunciaram medida
Prefeito em exercício e secretário de Saúde anunciaram medida Divulgação