Quase um ano e meio depois de a CCR Barcas pedir na Justi�a para rescindir o contrato com o governo do Rio para operar o transporte aquavi�rio, o processo de escolha da futura concession�ria continua indefinido. A Secretaria de Transportes recebeu, na semana passada, autoriza��o da Procuradoria Geral do Estado para prosseguir a licita��o, mas ainda n�o existe um prazo para realizar a concorr�ncia. Enquanto isso, passageiros aguardam melhorias que poderiam ser conquistadas com a nova concess�o.
"Na linha de Cocot�, a aten��o ao cliente � p�ssima. Para a gente s� v�m barcas antigas, mais demoradas. E tem poucos hor�rios (tr�s por dia em cada sentido e apenas de segunda a sexta-feira), com intervalos grandes", diz o assistente de Departamento Pessoal Jurandir Santos, 34.
Moradores da Ilha de Paquet�, que dependem das barcas para chegar ao continente, tamb�m ressaltam que o aumento de viagens � uma necessidade. Nos dias �teis, quando h� 11 partidas em cada sentido, os intervalos chegam a tr�s horas. "Seria bom ter mais hor�rios, porque os intervalos s�o muito longos", pede o caseiro Genival Ferreira, 40. Ele j� se atrasou para pegar o transporte muitas vezes e acaba perdendo compromissos ou "fica de castigo" na esta��o.
De acordo com a Secretaria de Transportes, a nova concession�ria poder� propor a amplia��o da grade existente, assim como a cria��o de novas linhas. A empresa ser� fiscalizada e dever� cumprir na �ntegra o proposto. Al�m disso, caso haja aumento da demanda, novas regras previstas no edital preveem que a oferta de lugares precisar� ser ampliada para garantir o pleno atendimento. No entanto, o projeto operacional b�sico, anexo ao edital, s� exige aumento de partidas na linha Pra�a Arariboia, com cinco viagens a mais nos dias �teis. N�o � prevista opera��o na madrugada, embora seja um pleito antigo dos usu�rios.
Vencer� a licita��o a empresa que oferecer maior outorga. Ela dever� operar todos os servi�os existentes nas ba�as de Guanabara e de Ilha Grande, por 20 anos. O modelo proposto conta com a implanta��o de sistemas de indicadores para monitorar cumprimento da programa��o das viagens e dos hor�rios, atendimento da demanda, confiabilidade das embarca��es, tempo de percurso, qualidade do servi�o e ocorr�ncias not�veis. "Esses indicadores ser�o imprescind�veis para que a Ag�ncia Reguladora (Agetransp) e o estado possam acompanhar a qualidade da presta��o do servi�o � popula��o e aplicar as devidas penalidades", explica a Secretaria.
A CCR informou, em dezembro de 2016, que entrou com a��o de rescis�o na Justi�a. O motivo alegado foi desequil�brio econ�mico-financeiro do contrato. O governo discute com a empresa os termos do distrato, que s� ser� efetivado ap�s a assinatura do contrato com a futura concession�ria.