Rio - Um homem de 37 anos foi encontrado amarrado e com sinais de espancamento em Del Castilho, ao lado da Favela Bandeira 2, na Zona Norte do Rio, na noite desta segunda-feira. Morador de Cascadura e sem antecedentes criminais, Carlos Roberto de Lara estava preso a um pedaço de madeira com os pés e mãos amarrados e com um fio no pescoço, na Av. Pastor Martin Luther King Jr., próximo ao Viaduto de Del Castilho. Um outro homem, ainda não identificado, foi achado na mesma região também com marcas de agressão. Ele não resistiu e morreu no local.
Há informações de que grupos de justiceiros estão agindo no local. Carlos teria sido agredido por moradores da comunidade, onde há uma milícia. Policiais do 3º BPM (Méier) receberam o chamado através da Central 190. Quando a PM chegou no local, Carlos Roberto já havia sido socorrido por uma ambulância do Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, onde deu entrada às 23h24. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o agredido tem estado de saúde estável e segue internado em observação. O caso foi registrado na 44ª DP (Inhaúma).
Na mesma região, um outro homem ainda não identificado foi localizado também com sinais de espancamento. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele já foi encontrado morto no outro extremo do Viaduto de Del Castilho.
"Abrimos inquérito para apurar o caso. Ainda estamos tentando entender o que aconteceu. Já mandamos equipe para o local e para o hospital. Por ser uma área onde não passam pessoas a pé, pode haver dificuldade para conseguirmos testemunhas, mas estamos investigando", disse o delegado-titular da 44ª DP, Roberto Cardoso.
Saiu de casa dizendo que iria para a igreja
Carlos Roberto deixou a residência onde mora com a família no final da tarde de ontem dizendo que iria a uma Igreja Universal do Reino de Deus, a poucos metros de onde foi capturado e espancando. Familiares e amigos, no entanto, não souberam dizer se ele chegou a participar de culto.
“Eu não sei muito bem o que aconteceu. Apenas me ligaram e disseram que ele havia dado entrada no hospital após ser encontrado espancado. Estamos sem entender”, disse Katia Roberta, mulher de Carlos.
Já uma amiga da família — que não quis se identificar e que acompanha Katia no Salgado Filho — disse que os parentes estão com medo. “Não sabemos de nada ainda. Queremos entender esse crime. Por segurança, não vamos falar muita coisa”, contou.
Nesta manhã, investigadores da Delegacia de Inhaúma estiveram no hospital. Eles iriam tentar ouvir Carlos.
