Polícia faz operação contra milícia em Santa Cruz

Wellington da Silva Braga, o Ecko, suspeito de chefiar a maior grupo miliciano da região, é um dos alvos da ação, que conta com 180 agentes divididos em 60 equipes

Por MARIA INEZ MAGALHÃES

Mais de 70 vans irregulares foram apreendidas na operação
Mais de 70 vans irregulares foram apreendidas na operação -

Rio - Policiais civis realizam, nesta quarta-feira, uma operação contra milícia em Santa Cruz, na Zona Oeste. Wellington da Silva Braga, o Ecko, suspeito de chefiar a maior grupo miliciano da região, é um dos alvos da ação, que conta com 180 agentes divididos em 60 equipes. Até 14h10, 17 pessoas já tinham sido presas e mais de 50 vans irregulares apreendidas na região.

Preso chega à Cidade da Polícia - Maíra Coelho / Agência O Dia

"Existem alguns mandados de prisão para serem cumpridos, mas também vamos focar em fontes de renda da milícia, como vans", explicou o delegado Fábio Barucke, chefe do Departamento Geral de Polícia (DGP) da Capital. 

Na casa de Wallace da Siva Braga, irmão de Ecko, localizada na Rua Florentina Cordeiro, a polícia encontrou um sistema de monitoramento que registra imagens de toda a favela do Aço, em Santa Cruz. Wallace conseguiu fugir ao notar a chegada dos agentes. A ação mira a milícia Liga da Justiça e outros grupos. Uma das comunidades onde acontece a operação é a Três Pontes. 

Operação acontece 18 dias após ação com 159 presos

A operação aconteceu 18 dias depois da ação que prendeu 159 pessoas em uma festa dentro de um sítio em Santa Cruz, também na Zona Oeste. Segundo a Polícia Civil, que intitulou as prisões como o "maior golpe contra a milícia", o alvo era Ecko, que estaria na festa e conseguiu fugir com a cobertura de comparsas. 

Miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko - Divulgação

Nesta terça-feira, o Ministério Público (MP-RJ) solicitou à Justiça a revogação da prisão preventiva de 138 dos 159 presos no último dia 7 de abril. De acordo com o MP-RJ, não há, até o momento, provas efetivas que permitam o oferecimento de denúncia contra eles.  O único detido na ação que foi libertado foi o artista circense Pablo Dias Bessa Martins, no último domingo.

Segundo o MP, será oferecida denúncia apenas contra 21 dos 159. Portanto, há necessidade de manutenção da prisão preventiva destes suspeitos. O texto do pedido de liberdade deixa claro, no entanto, que não há nenhuma ilegalidade na ação policial, tampouco na decisão da Justiça que determinou a prisão dos 159 participantes da festa.

Para o órgão, de fato, havia integrantes no local do primeiro escalão da milícia que controla o crime organizado na região, o que se comprova pela troca de tiros iniciada pelos criminosos contra a Polícia Civil, quando os agentes iniciaram a operação. Segundo as investigações, além de disparos partidos de homens que estavam na portaria da festa e de um carro com três ocupantes estacionado na porta, parte dos tiros partiu também de dentro do local do evento, o que atesta que havia criminosos no interior.

Galeria de Fotos

Mais de 70 vans irregulares foram apreendidas na operação Severino Silva / Agência O Dia
Miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko Divulgação
Wallace da Siva Braga, irmão de Ecko Divulgação
Preso chega à Cidade da Polícia Maíra Coelho / Agência O Dia
Material apreendido pelos policiais Maíra Coelho / Agência O Dia

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