Bandidos ganham at� pr�mios nas quadrilhas quando matam policiais

Ap�s reportagem do DIA, n�cleo que investiga mortes de agentes volta a atuar e faz a triste constata��o

Por Bruna Fantti

O capit�o Stefan Cruz Contreira foi sepultado ontem no cemit�rio Jardim da Saudade, em Sulacap
O capit�o Stefan Cruz Contreira foi sepultado ontem no cemit�rio Jardim da Saudade, em Sulacap -

Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital já sabe que criminosos recebem prêmios em dinheiro para matar policiais, tanto em caso de operações quanto em assaltos nas ruas. A informação consta em depoimentos analisados nesta semana pelo núcleo de investigação dedicado a mortes de agentes públicos na capital, que voltou a funcionar na segunda-feira, após reportagem do DIA sobre a paralisação do órgão.

"No levantamento constatamos que existem ordens de lideranças locais sobre as formas de atuar. Há regiões em que os criminosos devem evitar o confronto. Em outras, a ordem é oposta: é para matar policiais e quem fizer será parabenizado e premiado", afirmou o novo delegado do núcleo, Marcelo José Carregosa.

Segundo o delegado, o tráfico, assim como o militarismo, possui "hierarquia e disciplina" e é também responsável pelos roubos de rua. "Existe uma ordem macro dos criminosos que traçam as diretrizes gerais. A ordem micro é ditada pelas lideranças locais. Não podemos dizer que é uma diretriz das lideranças macro mandar matar em assaltos policiais. Mas, de certo modo há uma mudança do criminoso nos últimos tempos, uma mudança de filosofia. Isso é retratado nas estatísticas".

Somente em 2017 foram 134 policiais militares mortos. Este ano, com a morte de um PM na Rodovia Niterói-Manilha (BR-101) ontem, após uma tentativa de roubo a carga, em São Gonçalo, o número chega a 44 policiais militares assassinados no estado.

De acordo com Carregosa, há locais em que a ordem é para não matar agentes públicos. "Em um latrocínio, tivemos um policial morto. O assassino foi preso, mas fora da comunidade. Quando indagado sobre o motivo de não voltar à sua residência ele disse que sabia que estava jurado de morte por ter assassinado o policial".

Ainda segundo o delegado, o levantamento da conduta de agir dos criminosos em casos da abordagem a policiais irá ajudar não somente na elucidação das mortes de agentes públicos. "Essa estatística é importante para a gente entender a letalidade violenta de forma geral. A morte de um policial aponta que há autorização do tráfico para matar. E isso gera mais confrontos e violência em uma região, o que também vitima a população".

Carregosa tenta identificar quem seriam os assassinos do capitão Stefan Cruz Contreiras, morto quinta-feira. A investigação conclui que eles são da Cidade de Deus, na Zona Oeste. O corpo do oficial foi enterrado ontem.

Fundo de carro � revistado para checar se havia arma

Um v�deo em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, mostra o momento em que bandidos cercam um ve�culo na esquina das ruas Bar�o de Cotegipe e Em�lia Sampaio.

Nas imagens, pelo menos seis criminosos descem de dois carros e cercam o ve�culo da v�tima. Cinco deles seguram pistolas, um deles, um fuzil.

O grupo come�a a revistar o carro da v�tima, inclusive os tapetes do ve�culo, provavelmente, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, a procura de armas. "A inten��o era saber se era policial, para matar", afirmou um oficial da Pol�cia Militar.

Segundo Carregosa, a revista para saber se a v�tima � policial tornou-se "algo corriqueiro". O pr�prio capit�o Contreiras foi morto ap�s ter sido revistado.

No caso de Vila Isabel, segundos ap�s a v�tima ser revistada e roubada, uma viatura da PM chegou ao local e come�ou a perseguir os criminosos. No entanto, eles conseguiram fugir.

Em nota, a corpora��o afirmou que "segundo o comando do 6� BPM (Tijuca), na madrugada de quinta-feira (03/05), policiais militares em patrulhamento avistaram criminosos armados em dois ve�culos abordando um carro na Rua Em�lia Sampaio, em Vila Isabel. Ao notarem as viaturas, os criminosos iniciaram fuga e houve persegui��o, mas eles conseguiram fugir adentrando o Complexo do Lins".

Galeria de Fotos

O capit�o Stefan Cruz Contreira foi sepultado ontem no cemit�rio Jardim da Saudade, em Sulacap Marcio Mercante
Bandidos com fuzis revistam carro. Logo depois a pol�cia chega reprodu��o
roubo1 reprodu��o

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