Motorista � feito ref�m por duas horas em assalto a caminh�o na Linha Vermelha

Bandidos atiraram em dire��o � escolta de um furg�o um dos disparos atingiu o para-brisa do ve�culo. Ningu�m ficou ferido

Por RAFAEL NASCIMENTO

Tiro atingiu carro de escolta
Tiro atingiu carro de escolta -

Rio - Um motorista foi feito refém por duas horas durante um assalto a um caminhão, na manhã desta segunda-feira, na Linha Vermelha, na altura do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Os bandidos atiraram em direção à escolta de um furgão e um dos disparos atingiu o para-brisa do veículo, da empresa Macor Segurity, passando a poucos centímetros de um deles. No entanto, os seguranças não revidaram e ninguém ficou ferido.

Segundo o delegado titular da 17ª DP (São Cristóvão), Marcus Antonio Neves, pelo menos quatro homens armados com fuzis participaram do ataque. Os policiais do 22º BPM (Maré) foram acionados para o local, mas os criminosos fugiram para o Morro do Timbau e a carga de eletrônicos, avaliada em quase R$ 200 mil, não foi recuperada. Sem identificação da empresa, o furgão foi encontrado por volta das 15h. O motorista, que a todo tempo era ameaçado de morte pelos bandidos, prestou depoimento na delegacia.

Em depoimento, a vítima contou que passou mal e um dos bandidos perguntou qual remédio ela tomava. Ao dizer o nome do medicamento, o criminoso foi até uma farmácia e comprou o medicamento. Segundo o motorista, ele ficou muito nervoso e, por isso, a pressão teria subido.

Os seguranças da escolta contaram que foram cercados pelos criminosos na Linha Vermelha e que, ao perceberem que seriam assaltados, saíram do carro. "Foi quando eles atiraram contra nós. Não revidamos. Vimos pelo menos seis homens armados com armas longas e curtas", disse um dos motoristas que não quis se identificar. Eles reclamaram da falta de segurança na profissão.

"Nasci de novo, por um milagre nada aconteceu comigo. Gosto dessa minha profissão, estou nela há um ano. Rodamos o Rio de Janeiro e o que a gente vê é que não tem segurança", lamentou um deles, que tem 25 anos, é casado e pai de um filho de 2 anos.

Apavorado, o outro segurança, de 42, desabafou. "Só quero agora ir para casa e abraçar minhas filhas de 21 e 12 anos", contou ele há 17 anos na profissão. "A violência no Rio está banal. Não é normal que isso (assalto) aconteça e não façam nada. Não é normal um governador falar que matam policiais igual se matam galinhas e ninguém faz nada", disse o segurança, se referindo a uma declaração do governador Luiz Fernando Pezão. A frase foi dita em janeiro em reunião com moradores da Rocinha.

Após ser levada para o Morro do Timbau, a vítima foi encontrada sem ferimentos no entroncamento da Linha Vermelha com a Linha Amarela, por volta de meio-dia. Vídeos publicados na Internet mostram motoristas voltando na contramão, tentando fugir dos disparos. De acordo com o Centro de Operações, a via não chegou a ser fechada.

"Essa prática tem sido recorrente na região. Há a possibilidade de alguém de dentro da empresa ter repassado as informações sobre o veículo. Estamos intensificando o trabalho de investigação para encontrar os envolvidos no crime", afirmou o delegado. O caso foi registrado na 17ª DP (São Cristóvão), mas será encaminhado e investigado pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC). 

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Motoristas voltaram com medo dos disparos Reprodu��o
Tiro atingiu carro de escolta Severino Silva

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