Marielle: Bope e Core terão armas periciadas

Submetralhadoras das Forças Armadas também serão analisadas

Por Bruna Fantti

Na simulação, peritos testaram diversas armas no local do crime
Na simulação, peritos testaram diversas armas no local do crime -

Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli vão recolher na próxima semana as submetralhadoras MP5 HK utilizadas por agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Esse foi o modelo de arma utilizado pelos criminosos para matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em março.

No Estado do Rio, as polícias civil, militar, Marinha e Aeronáutica possuem cerca de 50 armas desse tipo. Todas serão analisadas. "As primeiras analisadas serão as da Civil, pois é de mais fácil acesso, em relação aos protocolos que temos que seguir. Depois, serão as da Polícia Militar", afirmou um investigador do caso ao DIA.

O objetivo é verificar se alguma dessas armas foi utilizada pelos criminosos. "É uma possibilidade remota, mas temos que descartar", completou o investigador, que pediu para não ter o nome revelado.

De acordo com o especialista em armas, Vinícius Cavalcante, a MP5 "é a Ferrari das submetralhadoras". Ela é utilizada em retomada de reféns, por ser considerada uma arma precisa e com baixo recuo. "Não é preciso ter um treinamento especial para seu manuseio", apontou Cavalcante. Por conta disso, ela é utilizada pelos grupos de elite das polícias do Rio, como o Bope e pela Core, além dos fuzileiros navais.

Um modelo dela, mas na versão curta, chamado MP5 K HK, foi utilizado pelo policial do Bope que tentou abordar o sequestrador Sandro Barbosa do Nascimento, em 2000, no assalto ao ônibus 174. A arma foi escolhida pelo seu poder de precisão. Apesar disso, na época, a polícia não treinava com frequência com a arma e o policial errou o disparo. A refém Geisa Gonçalves foi atingida e morreu.

De acordo com especialistas, a submetralhadora é comprada no mercado negro por cerca de R$ 15 mil. Já os fuzis chegam a custar até cerca de R$ 50 mil.

Ontem, a polícia foi novamente ouvir o ex-policial Orlando Araújo, conhecido como Orlando Curicica, em Bangu 1. Ele foi apontado por uma testemunha como mandante do assassinato de Marielle. Orlando nega as acusações. Ainda ontem, o Tribunal de Justiça negou o pedido da defesa de mantê-lo no Rio. Assim, ele será transferido para um presídio federal fora do estado.

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