Confira o resumo dos enredos das escolas do Grupo Especial
Decore as letras e entre no ritmo para ficar em sincronia na hora da festa
Por O Dia
Rio - Começam hoje os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio. Sete agremiações passarão pelo Sambódromo neste domingo e outras seis vão desfilar amanhã. Para entrar no clima da folia, O DIA preparou um resumo que apresenta enredo, samba e alguns dos destaques de todas as 13 escolas que participam do Carnaval mais famoso do mundo. Decore as letras e entre no ritmo para ficar em sincronia na hora da festa. Confira!
VILA ISABEL
Horário: 23h25
Enredo: 'Corra que o Futuro Vem Aí'
A Vila terá como protagonista a tecnologia, marca registrada do carnavalesco Paulo Barros. Junto com Paulo Menezes, ele preparou um desfile que abordará a história das principais invenções humanas, como o fogo, a roda, a escrita e foguetes espaciais. A surpresa ficará por conta de modificações na concepção original das alas. No último setor, a escola levantará a bandeira da sustentabilidade como forma de garantir o futuro da humanidade.
Compositores: Pinguim, JP, Marcelo Valência, Julio e Deco Augusto
Quem quer tocar o horizonte
E conhecer o que virá
Mergulhe fundo, o passado é a fonte
Quem nunca foi, jamais será
O fogo que arde na alma da gente
Aquece quem sente e faz proteger
Forja o sonho, ilumina a mente
Brilha no meu ser
O mundo gira nas voltas da Vila
Rodas da vida que movem moinhos
No sopro de um novo tempo, força do pensamento
Conduzindo novos caminhos
Destinos moldados na palma da mão
Lições da história pra se folhear
Os livros inspiram a evolução
Um click nos leva pra qualquer lugar
Nas ondas do rádio ou na televisão
Na sétima arte que mostra até mais
Ensinamentos, efeitos bem mais que especiais
Aventureiros cruzaram o oceano
Levaram o sonho pro fundo do mar
Riscaram o espaço e deram um passo
Maior que o homem podia imaginar
Hoje pensar em ciência
É ter consciência do que está por vir
Então pra que discutir
Corra que o futuro vem aí
O povo do samba, é vanguarda popular
Mora nos macacos e no Boulevard
Vem aqui aprender, "minha vila tá legal"
"O moderno e o tradicional"
SÃO CLEMENTE
Horário: 22h20
Enredo: 'Academicamente Popular'
A Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ vai ser o ponto de partida para um desfile que mesclará o clássico e o popular, em homenagem à arte e à cultura difundidas pela instituição bicentenária. Com enredo assinado pelo carnavalesco Jorge Luiz Silveira, fantasias homenagearão figuras marcantes como o pintor surrealista Ismael Nery, o artista plástico Candido Portinari e a cantora Carmen Miranda. Serão 200 anos de história em 65 minutos.
Compositores: Ricardo Góes, Flavinho Segal, Naldo, Serginho Machado, Fabiano Paiva, Igor Marinho e Gusttavo Clarão
Vem ver! Convidei Debret pra pintar o desfile do meu Carnaval
A arte neoclássica impera
No Brasil colonial
D.João! Em nobres traços vê inspiração
E faz um Rio à francesa
Erguendo os pilares do saber
Emoldurando a exuberante natureza
Onde toda forma se mistura
Na mais perfeita arquitetura
É a força da mata, salve São Sebastião
Onde o artista encontra o povo, a beleza desse chão
Viu no tom a negritude, viu no índio atitude
O esplendor de uma nação
Ao ver a minha obra na avenida
Relembro dos artistas imortais
É a brasilidade dando vida
À arte dos salões aos carnavais
Hoje "quem chorava vai sorrir"
Os manuais vão reluzir
A "missão" no peito de quem ama
Em manter acesa a chama
Recriar os 200 anos de história
Numa linda trajetória
Academicamente popular
A mais bela arte o samba me deu
Fiz da São Clemente o retrato fiel
Os traços mais finos, com as bênçãos de Deus
Deslizam no meu papel
PARAÍSO DO TUIUTI
Horário: 00h30
Enredo: 'Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?'
Em homenagem aos 130 anos da abolição da escravidão, a escola preparou um desfile em que conecta os acontecimentos do passado com a situação política atual do Brasil. Em tom de deboche, haverá críticas às manifestações pró-impeachment de 2016, com fantasias do pato da Fiesp; à reforma trabalhista; e ao presidente Michel Temer, que estará representado como vampiro no destaque de uma alegoria.
Compositores: Claudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal
Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o valor? Pobre artigo de mercado
Senhor eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz
Eu fui mandinga, cambinda, haussá
Fui um rei egbá preso na corrente
Sofri nos braços de um capataz
Morri nos canaviais onde se planta gente
Ê calunga! Ê ê calunga!
Preto Velho me contou, Preto Velho me contou
Onde mora a sengora liberdade
Não tem ferro, nem feitor
Amparo do rosário ao negro Benedito
Um grito feito pele de tambor
Deu no noticiário, com lágrimas escrito
Um rito, uma luta, um homem de cor
E assim, quando a lei foi assinada
Uma lua atordoada assistiu fogos no céu
Áurea feito o ouro da bandeira
Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel
Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social
Não sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti o quilombo da favela
É sentinela da libertação
MANGUEIRA
Horário: 02h40
Enredo: 'Com Dinheiro ou Sem Dinheiro,
eu Brinco!'
A irreverência e a crítica serão as marcas da Verde e Rosa. Menos luxo e mais conteúdo, como adiantou o carnavalesco Leandro Vieira, acostumado a gerir desfiles com orçamento reduzido. Com reaproveitamento de materiais do ano passado, a agremiação vai discutir a pertinência do Carnaval para o Rio e bater na tecla do corte da verba da prefeitura.
Compositores: Lequinho, Júnior Fionda, Alemão do Cavaco, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins e Igor Leal
Chegou a hora de mudar
Erguer a bandeira do samba
Vem a luz à consciência
Que ilumina a resistência dessa gente bamba
Pergunte aos seus ancestrais
Dos antigos carnavais, nossa raça costumeira
Outrora marginalizado já usei cetim barato
Pra desfilar na mangueira
A minha escola de vida é um botequim
Com garfo e prato eu faço meu tamborim
Firmo na palma da mão, cantando laiá, laiá
Sou mestre-sala na arte de improvisar
Ôôôô somos a voz do povo embarque nesse cordão
Pra ser feliz de novo
Vem como pode no meio da multidão
Não não liga não!
Que a minha festa é sem pudor e sem pena
Volta a emoção
Pouco me importam o brilho e a renda
Vem pode chegar
Que a rua é nossa mas é por direito
Vem vadiar por opção, derrubar esse portão, resgatar nosso respeito
O morro desnudo e sem vaidade
Sambando na cara da sociedade
Levanta o tapete e sacode a poeira
Pois ninguém vai calar a Estação Primeira
Se faltar fantasia alegria há de sobrar
Bate na lata pro povo sambar
Eu sou Mangueira meu senhor, não me leve a mal
Pecado é não brincar o carnaval!
Eu sou Mangueira meu senhor, não me leve a mal
Pecado é não brincar o carnaval!
GRANDE RIO
Horário: 01h35
Enredo: 'Vai Para o Trono ou Não Vai?'
A escola de Caxias vai apresentar o legado de Chacrinha em enredo do casal de carnavalescos Renato e Márcia Lage. As alas e alegorias farão referência aos inúmeros bordões e vão homenagear os artistas que fizeram parte da história de um dos maiores comunicadores do Brasil, que completaria 100 anos em 2017 se estivesse vivo. As fantasias trarão toda a extravagância das vestimentas eternizadas pelo Velho Guerreiro.
Compositores: Edispuma, Licinho JR., JL Escafura, Marcelinho Santos, Gylnei Bueno e Hélio Oliveira
"O show não terminou"
Vou desfilar nos braços do meu povo
"Outra vez vou ficar maluco beleza"
"Agora aguenta coração"
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Sou o Velho Guerreiro, um tropicalista
Eu não vim para explicar, vou te confundir
Se eu buzinar leva o troféu abacaxi
"Ê baiana" o seu balancê me encanta
Roda e avisa, vem pro meu samba
"Quero vê-la sorrir", "quero vê-la cantar"
Se é "Maria ou João" deixa pra lá
"E por falar em saudade"
O preto e o branco da televisão
Nas ondas do rádio, tocando amores
A luta pelos "bastidores"
Minha Florinda, a flor mais linda, desabrochou
"Chacrinha", morada que batiza o meu sucesso
Chorando de "emoções" eu me despeço
Sou Abelardo, aquele abraço
"Recife" na veia o orgulho nordestino
No frevo dessa gente arretada
Vou me acabar no Galo da Madrugada
"Meu iaiá", quando a sirene tocar
"A massa" toda cantar
"Vai para o trono ou vai?"
Vem mulata o bumbum rebolar
Eu vou brilhar na TV, ouvir de novo dizer
"Oh Terezinha! Oh Terezinha"
"Vai começar mais um Cassino do Chacrinha"
"Oh Terezinha! Oh Terezinha"
"A Grande Rio é o Cassino do Chacrinha"
IMPÉRIO SERRANO
Horário: 21h15
Enredo: 'O Império do Samba na Rota da China'
A escola da Serrinha abre os desfiles do Rio com a promessa de abandonar o tradicionalismo extremo e abraçar a modernidade para homenagear a influência da China em nosso universo cultural. O carnavalesco estreante Fábio Ricardo preparou um desfile com a participação de acrobatas, ginastas, atores e profissionais circenses, que terão a missão de homenagear a cultura milenar do país asiático e manter o Império no Grupo Especial.
Compositores: Tico do Gato, Chupeta, H. Hoffman, L. Donato, Arlindinho, Andinho Samara, V. Rangel, J. Oliveira, R. Nunes e André do Posto 7
"Confio" no meu verde e branco a seguir
"Conceda" o caminho onde eu possa reinar
Império de tradições imponentes
Nos "Oriente" a desvendar
O sábio contou, eu guardei na memória
A lenda do chá que marcou a história
Numa cidade majestosa e proibida
Ganha vida, uma aquarela imperial
A dinastia registrada nos metais
Salve os ancestrais
Um legado imortal
Quando soar o gongo
Toca esse agogô
Roda a baiana, é festa um ritual de amor
A tradição milenar aprendendo a sambar
Com o melhor professor
A sabedoria tão perfeita
Feito um oásis de invenções
O "vento" sopra ao mundo uma "colheita"
Dos "frutos" que mudaram gerações
Sua "fortaleza" é o que me faz seguir
Sou mais um guerreiro a lutar por ti
"Não desfazendo de ninguém"
Voltei ao "meu lugar"
"Serrinha custa mas vem"
Pra ficar
Nossa coroa a brilhar
A China vem festejar
E anunciar o "novo ano"
Deixa o povo cantar
Matar a saudade do Império Serrano
MOCIDADE INDEPENDENTE
Horário: 03h45
Enredo: 'Namastê... A Estrela que Habita
em mim Saúda a que Existe em Você'
O descobrimento do Brasil, sensualidade e cana-de-açúcar. Os temas parecem não se conectar, mas é a combinação da Mocidade, em homenagem à cultura indiana, para buscar o bicampeonato. A cana será a fantasia de alguns componentes que encenarão um balé de Kama Sutra, em referência ao Deus hindu do amor, Kama. O cravo e a canela, delícias herdadas da Índia, serão representados na bateria.
Compositores: Altahy Veloso, Zé Glória, Paulo Cesar Feital, J Giovanni, Denilson do Rosário, Alex Saraiça e Carlinhos da Chácara e T. Meiners
Kamadhenu, derrama leite em nosso terreiro
Ganesha tem licença do cruzeiro
Desemboca o Ganges cá no Rio de Janeiro
Os filhos de Gandhi hoje são brasileiros
Brahma foi quem guiou velas de Portugal
E trouxe a Índia ao Gantois da mãe querida
Padre Miguel chamou Shiva pro carnaval
E namastê pra todo povo da avenida
Hora de se benzer, hora de ir ao mar
Colher o sal da liberdade
Há tempo ainda!
Desobedecer pra pacificar
Como um dia fez a Índia
Theresa de Calcutá
Oh, santa senhora! Oh, madre de luz!
Venha para iluminar
Esse povo de Vera Cruz
Clama o meu país
E a flor de lótus, símbolo da paz
E a vitória-régia da mesma raiz
Pela tolerância entre os desiguais
Deite e "holi"
Nesse triunfo do bem e da fé
Nehru, Dom Hélder, Chico Xavier
Rezem pra Índia e pro Brasil, ôô!
Bendita seja a Santíssima Trindade
Em Nova Déhli ou no céu tupiniquim
Ronca na pele do tambor da eternidade
O amor da Mocidade, sem início, meio e fim
UNIÃO DA ILHA
Horário: 23h25
Enredo: 'Brasil Bom de Boca'
A agremiação da Ilha do Governador vai levar diferentes sabores ao Sambódromo para contar a história dos pratos típicos do Brasil, com grande parte de materiais reaproveitados do ano passado. Chefes renomados e quituteiras estarão espalhados pela avenida. O carnavalesco Severo Luzardo foi estrategicamente escolhido para fazer um grande desfile com pouco orçamento. É alta a expectativa para ver a abertura com um carro abre-alas de 15 metros de altura e 50 metros de comprimento.
Compositores: Ginho, Marcelão da Ilha, Flavinho Queiroga, Júnior, Thiago Caldas, John Bahiense, André de Souza e Prof. Hugo
Põe lenha no fogão
O aroma está no ar
Exala a nossa poesia!
Caravelas a bailar no mar
Chegam pra miscigenar essa folia
Eita tempero bom eu quero provar
Derrama o caldo de lá, nos frutos de cá
Eita tempero bom, eu quero provar
Nas terras tupiniquins e o que se planta dá
E Tupã abençoou esse sabor da aldeia
Que incendeia, aguça o paladar
Mergulhei no gosto que mareia
Riqueza milenar
Fogo aceso no terreiro das yabás ô ô
Na mistura a herança dos meus ancestrais
Bota água no feijão que o samba esquentou
Ôôôô na batida do tambor
E na fartura do meu tabuleiro
O grão e vida e mostra o seu valor
Sinto o cheiro de cravo e canela
Vó quituteira mexendo a panela
Da nossa terra um gostinho sem igual
Pro seu prazer doce cacau
Ilha prepara a mesa que é dia de festa
Servimos um banquete à fantasia
Uma receita impossível de esquecer
Duas pitadas de amor, eu e você
Juntando a fome com a vontade de vencer
Vem provar o sabor desse meu Carnaval
Eu sou a Ilha, sou o prato principal
Vou deixar água na boca
Provocar uma vontade louca
PORTELA
Horário: 22h20
Enredo: 'De Repente de lá pra cá
e Dirrepente de cá pra lá...'
A escola de Madureira, junto com Rosa Magalhães, vai homenagear imigrantes e refugiados. Uma ala inteira será dedicada à comunidade judaica e um dos carros alegóricos vai representar um navio com piratas caribenhos. O destaque é uma gigantesca Estátua da Liberdade, de Nova York, cidade cuja fundação teve a participação de brasileiros.
Compositores: Samir Trindade, Elson Ramires, Neyzinho do Cavaco, Paulo Lopita 77, Beto Rocha, J. Salles e Girão
Vamos simbora povo vencedor
Contar a mesma história
Sou nordestino, estrangeiro, versador
Eh eh eh viola
Vem do arrecife oio azul cabra da peste
No doce do meu agreste, querendo se lambuzar
Oi o mar maré de saudade , oi o mar
Pedindo paz a javé, perseguido na fé
O imigrante veio trabaiá
Oh saudade que vai na maré
Passa o tempo e não passa a dor
E um dia Pernambuco seu irmão reconquistou
Luar do sertão, ilumina
Pra quem deixou esse chão, triste sina
Ô cumpadi em seu peito leva um dó
Cada um em seu destino e a tristeza dá um nó
Vixi Maria lá no meio do caminho
Tem pirata no navio
O pagamento não foi ouro nem foi prata
Essa gente aperriada foi seguindo
Ô gira ciranda, vai a chuva vem o sol, deixa cirandar
Entra criança, homem, muié
No abraço dessa terra só não fica quem não quer
É legado, é união, é presente, igualdade
É "Noviórque" pedestal da liberdade
A minha águia em poesia de cordel
22 vezes minha estrela lá no céu
Lá vem Portela é melhor se segurar
Coração aberto quem quiser pode chegar
Vem irmanar a vida inteira
Na campeã das campeãs em Madureira
UNIDOS DA TIJUCA
Horário: 21h15
Enredo: 'Um Coração Urbano: Miguel,
o Arcanjo das Artes Saúda o Povo e Pede Passagem'
A escola do Borel abre a segunda-feira com um desfile em homenagem ao ator Miguel Falabella. A história será contada desde a infância, na Ilha do Governador, com uma alegoria de seres do mar que representa a criatividade do pequeno Miguel. Atores que deram vida a personagens marcantes como Magda, de 'Sai de Baixo', e Copélia, de 'Toma Lá Dá Cá', marcarão presença.
Compositores: Totonho, Mart'Nália, Dudu, Marcelinho Moreira e Fadico
O grande espetáculo vai começar
Prepare o seu coração
Na ilha encantada a lembrança
Do reino dos mares, a inspiração
Um príncipe, um sonhador
Gênio das artes, seu grande amor
Espelho de "Clara" sabedoria
A escrita o fascinou
Fez do Tablado a sua vida
Arcanjo do riso, poeta do humor
Quando a luz acender, o céu clarear
O morro descer pra vê-lo brilhar
Quantas emoções a proporcionar
Oh mestre da arte de contracenar
É lindo ver seu brilhantismo em grandes criações
Roteiros, personagens, musicais de tantas sensações
No Carnaval, um "toma lá dá cá" de gente bamba
Que tira o "pé da cova" quando samba
Partilha essa alegria na Sapucaí
"Sai de baixo" chegou a hora é a vez do povo do Borel
Em forma de samba a nossa homenagem a você, Miguel
Tijuca, escola de vida, és minha paixão
As lágrimas de outrora já não rolam mais
Se rolarem, é emoção
O povo do samba chamou
E fez de você um poema de amor
Na minha bandeira azul e amarela
Mais uma estrela Miguel Falabella
IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE
Horário: 01h35
Enredo: 'Uma Noite Real no Museu Nacional'
A escola de Ramos vai cantar o bicentenário do Museu Nacional, alicerce de arte, ciência, história e cultura universais. No sexto Carnaval de Cahê Rodrigues, a agremiação explora o fato de a imperatriz Leopoldina ter sido uma das grandes financiadoras do então Museu Real, quando fundado por Dom João VI, que estará representado na Sapucaí junto a outros membros da corte portuguesa com muita suntuosidade.
Compositores: Jorge Arthur, Maninho do Ponto, Julinho Maestro, Marcio Pessi e Piu das Casinhas
Onde a musa inspira a poesia
A cultura irradia o cantar da imperatriz
É um palácio, emoldura a beleza
Abrigou a realeza, patrimônio é raiz
Que germinou e floresceu lá na colina
A obra-prima viu o meu Brasil nascer
No anoitecer dizem que tudo ganha vida
Paisagem colorida deslumbrante de viver
Bailam meteoros e planetas
Dinossauros, borboletas
Brilham os cristais
O canto da cigarra em sinfonia
Relembrou aqueles dias que não voltarão jamais
Voa tiê, tucano e arara
Quero-quero ver onça pintada
Os tambores ressoaram, era um ritual de fé
Para o rei de Daomé, para o rei de Daomé
A brisa me levou para o Egito
Onde um solfejo lindo da cantora de Amon
Ecoa sob a lua e o sereno
Perfumando a deusa vênus sem jamais sair do tom
Marajó, carajá, bororó
Em cada canto um herdeiro de Luzia
Flautas de chimus e incas
Sopram pelas grimpas linda melodia
A luz dourada do amanhecer
As princesas deixam o jardim
Os portões se abrem pro lazer
Pipas ganham ares
Encontros populares
Decretam que a quinta é pra você
Gira coroa da majestade
Samba de verdade, identidade cultural
Imperatriz é o relicário
No bicentenário do Museu Nacional
SALGUEIRO
Horário: 00h30
Enredo: 'Senhoras do Ventre do Mundo'
A força das mulheres negras é o tema do desfile da escola da Zona Norte, que já conquistou nove títulos do Grupo Especial. O enredo é assinado pelo carnavalesco Alex de Souza. O primeiro setor representará a linhagem das rainhas negras, que consolidaram a cultura e a arte e lideraram exércitos. No terceiro, heroínas quilombolas e líderes de rebeliões históricas serão lembradas. Já o quinto setor conta com uma homenagem às religiões de matriz africana.
Compositores: Xande de Pilares, Demá Chagas, Dudu Botelho, Renato Galante, Jassa, Leonardo Gallo, Betinho de Pilares, Vanderley Sena, Ralfe Ribeiro e W. Corrêa
Senhoras do ventre do mundo inteiro
A luz no caminho do meu Salgueiro
A me guiar vermelha inspiração
Faz misturar ao branco nesse chão
Na força do seu ritual sagrado
Riqueza ancestral
Deusa raiz africana
Bendita ela é E traz no axé um canto de amor
Magia pra quem tem fé
Na gira que me criou
É mãe é mulher a mão guardiã
Calor que afaga poder que assola
No vale do Nilo a luz da manhã
A filha de Zambi nas terras de Angola
Guerreira feiticeira general contra o invasor
A dona dos saberes confirmando seu valor
Ecoou no quariterê
O sangue é malé em São Salvador
Oh matriarca desse cafundó
A preta que me faz um cafuné
Ama de leite do senhor
A tia que me ensinou a comer doce na colher
A bênção mãe baiana rezadeira
Em minha vida seu legado de amor
Liberdade é resistência
E à luz da consciência
A alma não tem cor
Firma o tambor pra rainha do terreiro
É negritude... Salgueiro
Herança que vem de lá
Na ginga que faz esse povo sambar
BEIJA-FLOR
Horário: 02h40
Enredo: 'Monstro é Aquele que Não Sabe Amar.
Os Filhos Abandonados da Pátria que os Pariu'
A Azul e Branca de Nilópolis abandona o luxo que lhe é tradicional para abordar uma crítica social que vai revelar os 'monstros' da sociedade atual. A inspiração é em 'Frankenstein', clássico que completa 200 anos. A escola promete reflexões sobre mazelas como a corrupção, violência e intolerância. Fantasias e partes das alegorias contarão com patchwork, trabalho manual feito de pedaços de tecidos emendados.
Compositores: Di Menor BF, Kiraizinho, Diego Oliveira, Bakaninha Beija Flor, JJ Santos, Julio Assis e Diogo Rosa
Sou eu
Espelho da lendária criatura
Um mostro
Carente de amor e de ternura
O alvo na mira do desprezo e da segregação
Do pai que renegou a criação
Refém da intolerância dessa gente
Retalhos do meu próprio criador
Julgado pela força da ambição
Sigo carregando a minha cruz
A procura de uma luz, a salvação!
Estenda a mão meu senhor
Pois não entendo tua fé
Se ofereces com amor
Me alimento de axé
Me chamas tanto de irmão
E me abandonas ao léu
Troca um pedaço de pão
Por um pedaço de céu
Ganância veste terno e gravata
Onde a esperança sucumbiu
Vejo a liberdade aprisionada
Teu livro eu não sei ler, Brasil!
Mas o samba faz essa dor dentro do peito ir embora
Feito um arrastão de alegria e emoção o pranto rola
Meu canto é resistência
No ecoar de um tambor
Vêm ver brilhar
Mais um menino que você abandonou
Oh pátria amada, por onde andarás?
Seus filhos já não aguentam mais!
Você que não soube cuidar
Você que negou o amor
Vem aprender na Beija-Flor