Confira o resumo dos enredos das escolas do Grupo Especial

Decore as letras e entre no ritmo para ficar em sincronia na hora da festa

Por O Dia

Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial 2017. Foto - Divulga��o / Riotur
Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial 2017. Foto - Divulga��o / Riotur - Divulga��o / Riotur

Rio - Começam hoje os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio. Sete agremiações passarão pelo Sambódromo neste domingo e outras seis vão desfilar amanhã. Para entrar no clima da folia, O DIA preparou um resumo que apresenta enredo, samba e alguns dos destaques de todas as 13 escolas que participam do Carnaval mais famoso do mundo. Decore as letras e entre no ritmo para ficar em sincronia na hora da festa. Confira!

VILA ISABEL

Horário: 23h25

Enredo: 'Corra que o Futuro Vem Aí'

A Vila terá como protagonista a tecnologia, marca registrada do carnavalesco Paulo Barros. Junto com Paulo Menezes, ele preparou um desfile que abordará a história das principais invenções humanas, como o fogo, a roda, a escrita e foguetes espaciais. A surpresa ficará por conta de modificações na concepção original das alas. No último setor, a escola levantará a bandeira da sustentabilidade como forma de garantir o futuro da humanidade.

Compositores: Pinguim, JP, Marcelo Valência, Julio e Deco Augusto

Quem quer tocar o horizonte

E conhecer o que virá

Mergulhe fundo, o passado é a fonte

Quem nunca foi, jamais será

O fogo que arde na alma da gente

Aquece quem sente e faz proteger

Forja o sonho, ilumina a mente

Brilha no meu ser

O mundo gira nas voltas da Vila

Rodas da vida que movem moinhos

No sopro de um novo tempo, força do pensamento

Conduzindo novos caminhos

Destinos moldados na palma da mão

Lições da história pra se folhear

Os livros inspiram a evolução

Um click nos leva pra qualquer lugar

Nas ondas do rádio ou na televisão

Na sétima arte que mostra até mais

Ensinamentos, efeitos bem mais que especiais

Aventureiros cruzaram o oceano

Levaram o sonho pro fundo do mar

Riscaram o espaço e deram um passo

Maior que o homem podia imaginar

Hoje pensar em ciência

É ter consciência do que está por vir

Então pra que discutir

Corra que o futuro vem aí

O povo do samba, é vanguarda popular

Mora nos macacos e no Boulevard

Vem aqui aprender, "minha vila tá legal"

"O moderno e o tradicional"

 

S�O CLEMENTE

Horário: 22h20

Enredo: 'Academicamente Popular'

A Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ vai ser o ponto de partida para um desfile que mesclará o clássico e o popular, em homenagem à arte e à cultura difundidas pela instituição bicentenária. Com enredo assinado pelo carnavalesco Jorge Luiz Silveira, fantasias homenagearão figuras marcantes como o pintor surrealista Ismael Nery, o artista plástico Candido Portinari e a cantora Carmen Miranda. Serão 200 anos de história em 65 minutos.

Compositores: Ricardo Góes, Flavinho Segal, Naldo, Serginho Machado, Fabiano Paiva, Igor Marinho e Gusttavo Clarão

Vem ver! Convidei Debret pra pintar o desfile do meu Carnaval

A arte neoclássica impera

No Brasil colonial

D.João! Em nobres traços vê inspiração

E faz um Rio à francesa

Erguendo os pilares do saber

Emoldurando a exuberante natureza

Onde toda forma se mistura

Na mais perfeita arquitetura

É a força da mata, salve São Sebastião

Onde o artista encontra o povo, a beleza desse chão

Viu no tom a negritude, viu no índio atitude

O esplendor de uma nação

Ao ver a minha obra na avenida

Relembro dos artistas imortais

É a brasilidade dando vida

À arte dos salões aos carnavais

Hoje "quem chorava vai sorrir"

Os manuais vão reluzir

A "missão" no peito de quem ama

Em manter acesa a chama

Recriar os 200 anos de história

Numa linda trajetória

Academicamente popular

A mais bela arte o samba me deu

Fiz da São Clemente o retrato fiel

Os traços mais finos, com as bênçãos de Deus

Deslizam no meu papel

 

PARA�SO DO TUIUTI

Horário: 00h30

Enredo: 'Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?'

Em homenagem aos 130 anos da abolição da escravidão, a escola preparou um desfile em que conecta os acontecimentos do passado com a situação política atual do Brasil. Em tom de deboche, haverá críticas às manifestações pró-impeachment de 2016, com fantasias do pato da Fiesp; à reforma trabalhista; e ao presidente Michel Temer, que estará representado como vampiro no destaque de uma alegoria.

Compositores: Claudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal

Irmão de olho claro ou da Guiné

Qual será o valor? Pobre artigo de mercado

Senhor eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor

Tenho sangue avermelhado

O mesmo que escorre da ferida

Mostra que a vida se lamenta por nós dois

Mas falta em seu peito um coração

Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz

Eu fui mandinga, cambinda, haussá

Fui um rei egbá preso na corrente

Sofri nos braços de um capataz

Morri nos canaviais onde se planta gente

Ê calunga! Ê ê calunga!

Preto Velho me contou, Preto Velho me contou

Onde mora a sengora liberdade

Não tem ferro, nem feitor

Amparo do rosário ao negro Benedito

Um grito feito pele de tambor

Deu no noticiário, com lágrimas escrito

Um rito, uma luta, um homem de cor

E assim, quando a lei foi assinada

Uma lua atordoada assistiu fogos no céu

Áurea feito o ouro da bandeira

Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel

Meu Deus! Meu Deus!

Se eu chorar não leve a mal

Pela luz do candeeiro

Liberte o cativeiro social

Não sou escravo de nenhum senhor

Meu Paraíso é meu bastião

Meu Tuiuti o quilombo da favela

É sentinela da libertação

 

MANGUEIRA

Horário: 02h40

Enredo: 'Com Dinheiro ou Sem Dinheiro,

eu Brinco!'

A irreverência e a crítica serão as marcas da Verde e Rosa. Menos luxo e mais conteúdo, como adiantou o carnavalesco Leandro Vieira, acostumado a gerir desfiles com orçamento reduzido. Com reaproveitamento de materiais do ano passado, a agremiação vai discutir a pertinência do Carnaval para o Rio e bater na tecla do corte da verba da prefeitura.

Compositores: Lequinho, Júnior Fionda, Alemão do Cavaco, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins e Igor Leal

Chegou a hora de mudar

Erguer a bandeira do samba

Vem a luz à consciência

Que ilumina a resistência dessa gente bamba

Pergunte aos seus ancestrais

Dos antigos carnavais, nossa raça costumeira

Outrora marginalizado já usei cetim barato

Pra desfilar na mangueira

A minha escola de vida é um botequim

Com garfo e prato eu faço meu tamborim

Firmo na palma da mão, cantando laiá, laiá

Sou mestre-sala na arte de improvisar

Ôôôô somos a voz do povo embarque nesse cordão

Pra ser feliz de novo

Vem como pode no meio da multidão

Não não liga não!

Que a minha festa é sem pudor e sem pena

Volta a emoção

Pouco me importam o brilho e a renda

Vem pode chegar

Que a rua é nossa mas é por direito

Vem vadiar por opção, derrubar esse portão, resgatar nosso respeito

O morro desnudo e sem vaidade

Sambando na cara da sociedade

Levanta o tapete e sacode a poeira

Pois ninguém vai calar a Estação Primeira

Se faltar fantasia alegria há de sobrar

Bate na lata pro povo sambar

Eu sou Mangueira meu senhor, não me leve a mal

Pecado é não brincar o carnaval!

Eu sou Mangueira meu senhor, não me leve a mal

Pecado é não brincar o carnaval!

 

GRANDE RIO

Horário: 01h35

Enredo: 'Vai Para o Trono ou Não Vai?'

A escola de Caxias vai apresentar o legado de Chacrinha em enredo do casal de carnavalescos Renato e Márcia Lage. As alas e alegorias farão referência aos inúmeros bordões e vão homenagear os artistas que fizeram parte da história de um dos maiores comunicadores do Brasil, que completaria 100 anos em 2017 se estivesse vivo. As fantasias trarão toda a extravagância das vestimentas eternizadas pelo Velho Guerreiro.

Compositores: Edispuma, Licinho JR., JL Escafura, Marcelinho Santos, Gylnei Bueno e Hélio Oliveira

"O show não terminou"

Vou desfilar nos braços do meu povo

"Outra vez vou ficar maluco beleza"

"Agora aguenta coração"

Caminhando e cantando, seguindo a canção

Sou o Velho Guerreiro, um tropicalista

Eu não vim para explicar, vou te confundir

Se eu buzinar leva o troféu abacaxi

"Ê baiana" o seu balancê me encanta

Roda e avisa, vem pro meu samba

"Quero vê-la sorrir", "quero vê-la cantar"

Se é "Maria ou João" deixa pra lá

"E por falar em saudade"

O preto e o branco da televisão

Nas ondas do rádio, tocando amores

A luta pelos "bastidores"

Minha Florinda, a flor mais linda, desabrochou

"Chacrinha", morada que batiza o meu sucesso

Chorando de "emoções" eu me despeço

Sou Abelardo, aquele abraço

"Recife" na veia o orgulho nordestino

No frevo dessa gente arretada

Vou me acabar no Galo da Madrugada

"Meu iaiá", quando a sirene tocar

"A massa" toda cantar

"Vai para o trono ou vai?"

Vem mulata o bumbum rebolar

Eu vou brilhar na TV, ouvir de novo dizer

"Oh Terezinha! Oh Terezinha"

"Vai começar mais um Cassino do Chacrinha"

"Oh Terezinha! Oh Terezinha"

"A Grande Rio é o Cassino do Chacrinha"

 

IMP�RIO SERRANO

Horário: 21h15

Enredo: 'O Império do Samba na Rota da China'

A escola da Serrinha abre os desfiles do Rio com a promessa de abandonar o tradicionalismo extremo e abraçar a modernidade para homenagear a influência da China em nosso universo cultural. O carnavalesco estreante Fábio Ricardo preparou um desfile com a participação de acrobatas, ginastas, atores e profissionais circenses, que terão a missão de homenagear a cultura milenar do país asiático e manter o Império no Grupo Especial.

Compositores: Tico do Gato, Chupeta, H. Hoffman, L. Donato, Arlindinho, Andinho Samara, V. Rangel, J. Oliveira, R. Nunes e André do Posto 7

"Confio" no meu verde e branco a seguir

"Conceda" o caminho onde eu possa reinar

Império de tradições imponentes

Nos "Oriente" a desvendar

O sábio contou, eu guardei na memória

A lenda do chá que marcou a história

Numa cidade majestosa e proibida

Ganha vida, uma aquarela imperial

A dinastia registrada nos metais

Salve os ancestrais

Um legado imortal

Quando soar o gongo

Toca esse agogô

Roda a baiana, é festa um ritual de amor

A tradição milenar aprendendo a sambar

Com o melhor professor

A sabedoria tão perfeita

Feito um oásis de invenções

O "vento" sopra ao mundo uma "colheita"

Dos "frutos" que mudaram gerações

Sua "fortaleza" é o que me faz seguir

Sou mais um guerreiro a lutar por ti

"Não desfazendo de ninguém"

Voltei ao "meu lugar"

"Serrinha custa mas vem"

Pra ficar

Nossa coroa a brilhar

A China vem festejar

E anunciar o "novo ano"

Deixa o povo cantar

Matar a saudade do Império Serrano

 

MOCIDADE INDEPENDENTE

Horário: 03h45

Enredo: 'Namastê... A Estrela que Habita

em mim Saúda a que Existe em Você'

O descobrimento do Brasil, sensualidade e cana-de-açúcar. Os temas parecem não se conectar, mas é a combinação da Mocidade, em homenagem à cultura indiana, para buscar o bicampeonato. A cana será a fantasia de alguns componentes que encenarão um balé de Kama Sutra, em referência ao Deus hindu do amor, Kama. O cravo e a canela, delícias herdadas da Índia, serão representados na bateria.

Compositores: Altahy Veloso, Zé Glória, Paulo Cesar Feital, J Giovanni, Denilson do Rosário, Alex Saraiça e Carlinhos da Chácara e T. Meiners

Kamadhenu, derrama leite em nosso terreiro

Ganesha tem licença do cruzeiro

Desemboca o Ganges cá no Rio de Janeiro

Os filhos de Gandhi hoje são brasileiros

Brahma foi quem guiou velas de Portugal

E trouxe a Índia ao Gantois da mãe querida

Padre Miguel chamou Shiva pro carnaval

E namastê pra todo povo da avenida

Hora de se benzer, hora de ir ao mar

Colher o sal da liberdade

Há tempo ainda!

Desobedecer pra pacificar

Como um dia fez a Índia

Theresa de Calcutá

Oh, santa senhora! Oh, madre de luz!

Venha para iluminar

Esse povo de Vera Cruz

Clama o meu país

E a flor de lótus, símbolo da paz

E a vitória-régia da mesma raiz

Pela tolerância entre os desiguais

Deite e "holi"

Nesse triunfo do bem e da fé

Nehru, Dom Hélder, Chico Xavier

Rezem pra Índia e pro Brasil, ôô!

Bendita seja a Santíssima Trindade

Em Nova Déhli ou no céu tupiniquim

Ronca na pele do tambor da eternidade

O amor da Mocidade, sem início, meio e fim

 

UNI�O DA ILHA

Horário: 23h25

Enredo: 'Brasil Bom de Boca'

A agremiação da Ilha do Governador vai levar diferentes sabores ao Sambódromo para contar a história dos pratos típicos do Brasil, com grande parte de materiais reaproveitados do ano passado. Chefes renomados e quituteiras estarão espalhados pela avenida. O carnavalesco Severo Luzardo foi estrategicamente escolhido para fazer um grande desfile com pouco orçamento. É alta a expectativa para ver a abertura com um carro abre-alas de 15 metros de altura e 50 metros de comprimento.

Compositores: Ginho, Marcelão da Ilha, Flavinho Queiroga, Júnior, Thiago Caldas, John Bahiense, André de Souza e Prof. Hugo

Põe lenha no fogão

O aroma está no ar

Exala a nossa poesia!

Caravelas a bailar no mar

Chegam pra miscigenar essa folia

Eita tempero bom eu quero provar

Derrama o caldo de lá, nos frutos de cá

Eita tempero bom, eu quero provar

Nas terras tupiniquins e o que se planta dá

E Tupã abençoou esse sabor da aldeia

Que incendeia, aguça o paladar

Mergulhei no gosto que mareia

Riqueza milenar

Fogo aceso no terreiro das yabás ô ô

Na mistura a herança dos meus ancestrais

Bota água no feijão que o samba esquentou

Ôôôô na batida do tambor

E na fartura do meu tabuleiro

O grão e vida e mostra o seu valor

Sinto o cheiro de cravo e canela

Vó quituteira mexendo a panela

Da nossa terra um gostinho sem igual

Pro seu prazer doce cacau

Ilha prepara a mesa que é dia de festa

Servimos um banquete à fantasia

Uma receita impossível de esquecer

Duas pitadas de amor, eu e você

Juntando a fome com a vontade de vencer

Vem provar o sabor desse meu Carnaval

Eu sou a Ilha, sou o prato principal

Vou deixar água na boca

Provocar uma vontade louca

 

PORTELA

Horário: 22h20

Enredo: 'De Repente de lá pra cá

e Dirrepente de cá pra lá...'

A escola de Madureira, junto com Rosa Magalhães, vai homenagear imigrantes e refugiados. Uma ala inteira será dedicada à comunidade judaica e um dos carros alegóricos vai representar um navio com piratas caribenhos. O destaque é uma gigantesca Estátua da Liberdade, de Nova York, cidade cuja fundação teve a participação de brasileiros.

Compositores: Samir Trindade, Elson Ramires, Neyzinho do Cavaco, Paulo Lopita 77, Beto Rocha, J. Salles e Girão

Vamos simbora povo vencedor

Contar a mesma história

Sou nordestino, estrangeiro, versador

Eh eh eh viola

Vem do arrecife oio azul cabra da peste

No doce do meu agreste, querendo se lambuzar

Oi o mar maré de saudade , oi o mar

Pedindo paz a javé, perseguido na fé

O imigrante veio trabaiá

Oh saudade que vai na maré

Passa o tempo e não passa a dor

E um dia Pernambuco seu irmão reconquistou

Luar do sertão, ilumina

Pra quem deixou esse chão, triste sina

Ô cumpadi em seu peito leva um dó

Cada um em seu destino e a tristeza dá um nó

Vixi Maria lá no meio do caminho

Tem pirata no navio

O pagamento não foi ouro nem foi prata

Essa gente aperriada foi seguindo

Ô gira ciranda, vai a chuva vem o sol, deixa cirandar

Entra criança, homem, muié

No abraço dessa terra só não fica quem não quer

É legado, é união, é presente, igualdade

É "Noviórque" pedestal da liberdade

A minha águia em poesia de cordel

22 vezes minha estrela lá no céu

Lá vem Portela é melhor se segurar

Coração aberto quem quiser pode chegar

Vem irmanar a vida inteira

Na campeã das campeãs em Madureira

 

UNIDOS DA TIJUCA

Horário: 21h15

Enredo: 'Um Coração Urbano: Miguel,

o Arcanjo das Artes Saúda o Povo e Pede Passagem'

A escola do Borel abre a segunda-feira com um desfile em homenagem ao ator Miguel Falabella. A história será contada desde a infância, na Ilha do Governador, com uma alegoria de seres do mar que representa a criatividade do pequeno Miguel. Atores que deram vida a personagens marcantes como Magda, de 'Sai de Baixo', e Copélia, de 'Toma Lá Dá Cá', marcarão presença.

Compositores: Totonho, Mart'Nália, Dudu, Marcelinho Moreira e Fadico

O grande espetáculo vai começar

Prepare o seu coração

Na ilha encantada a lembrança

Do reino dos mares, a inspiração

Um príncipe, um sonhador

Gênio das artes, seu grande amor

Espelho de "Clara" sabedoria

A escrita o fascinou

Fez do Tablado a sua vida

Arcanjo do riso, poeta do humor

Quando a luz acender, o céu clarear

O morro descer pra vê-lo brilhar

Quantas emoções a proporcionar

Oh mestre da arte de contracenar

É lindo ver seu brilhantismo em grandes criações

Roteiros, personagens, musicais de tantas sensações

No Carnaval, um "toma lá dá cá" de gente bamba

Que tira o "pé da cova" quando samba

Partilha essa alegria na Sapucaí

"Sai de baixo" chegou a hora é a vez do povo do Borel

Em forma de samba a nossa homenagem a você, Miguel

Tijuca, escola de vida, és minha paixão

As lágrimas de outrora já não rolam mais

Se rolarem, é emoção

O povo do samba chamou

E fez de você um poema de amor

Na minha bandeira azul e amarela

Mais uma estrela Miguel Falabella

 

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE

Horário: 01h35

Enredo: 'Uma Noite Real no Museu Nacional'

A escola de Ramos vai cantar o bicentenário do Museu Nacional, alicerce de arte, ciência, história e cultura universais. No sexto Carnaval de Cahê Rodrigues, a agremiação explora o fato de a imperatriz Leopoldina ter sido uma das grandes financiadoras do então Museu Real, quando fundado por Dom João VI, que estará representado na Sapucaí junto a outros membros da corte portuguesa com muita suntuosidade.

Compositores: Jorge Arthur, Maninho do Ponto, Julinho Maestro, Marcio Pessi e Piu das Casinhas

Onde a musa inspira a poesia

A cultura irradia o cantar da imperatriz

É um palácio, emoldura a beleza

Abrigou a realeza, patrimônio é raiz

Que germinou e floresceu lá na colina

A obra-prima viu o meu Brasil nascer

No anoitecer dizem que tudo ganha vida

Paisagem colorida deslumbrante de viver

Bailam meteoros e planetas

Dinossauros, borboletas

Brilham os cristais

O canto da cigarra em sinfonia

Relembrou aqueles dias que não voltarão jamais

Voa tiê, tucano e arara

Quero-quero ver onça pintada

Os tambores ressoaram, era um ritual de fé

Para o rei de Daomé, para o rei de Daomé

A brisa me levou para o Egito

Onde um solfejo lindo da cantora de Amon

Ecoa sob a lua e o sereno

Perfumando a deusa vênus sem jamais sair do tom

Marajó, carajá, bororó

Em cada canto um herdeiro de Luzia

Flautas de chimus e incas

Sopram pelas grimpas linda melodia

A luz dourada do amanhecer

As princesas deixam o jardim

Os portões se abrem pro lazer

Pipas ganham ares

Encontros populares

Decretam que a quinta é pra você

Gira coroa da majestade

Samba de verdade, identidade cultural

Imperatriz é o relicário

No bicentenário do Museu Nacional

 

SALGUEIRO

Horário: 00h30

Enredo: 'Senhoras do Ventre do Mundo'

A força das mulheres negras é o tema do desfile da escola da Zona Norte, que já conquistou nove títulos do Grupo Especial. O enredo é assinado pelo carnavalesco Alex de Souza. O primeiro setor representará a linhagem das rainhas negras, que consolidaram a cultura e a arte e lideraram exércitos. No terceiro, heroínas quilombolas e líderes de rebeliões históricas serão lembradas. Já o quinto setor conta com uma homenagem às religiões de matriz africana.

Compositores: Xande de Pilares, Demá Chagas, Dudu Botelho, Renato Galante, Jassa, Leonardo Gallo, Betinho de Pilares, Vanderley Sena, Ralfe Ribeiro e W. Corrêa

Senhoras do ventre do mundo inteiro

A luz no caminho do meu Salgueiro

A me guiar vermelha inspiração

Faz misturar ao branco nesse chão

Na força do seu ritual sagrado

Riqueza ancestral

Deusa raiz africana

Bendita ela é E traz no axé um canto de amor

Magia pra quem tem fé

Na gira que me criou

É mãe é mulher a mão guardiã

Calor que afaga poder que assola

No vale do Nilo a luz da manhã

A filha de Zambi nas terras de Angola

Guerreira feiticeira general contra o invasor

A dona dos saberes confirmando seu valor

Ecoou no quariterê

O sangue é malé em São Salvador

Oh matriarca desse cafundó

A preta que me faz um cafuné

Ama de leite do senhor

A tia que me ensinou a comer doce na colher

A bênção mãe baiana rezadeira

Em minha vida seu legado de amor

Liberdade é resistência

E à luz da consciência

A alma não tem cor

Firma o tambor pra rainha do terreiro

É negritude... Salgueiro

Herança que vem de lá

Na ginga que faz esse povo sambar

 

BEIJA-FLOR

Horário: 02h40

Enredo: 'Monstro é Aquele que Não Sabe Amar.

Os Filhos Abandonados da Pátria que os Pariu'

A Azul e Branca de Nilópolis abandona o luxo que lhe é tradicional para abordar uma crítica social que vai revelar os 'monstros' da sociedade atual. A inspiração é em 'Frankenstein', clássico que completa 200 anos. A escola promete reflexões sobre mazelas como a corrupção, violência e intolerância. Fantasias e partes das alegorias contarão com patchwork, trabalho manual feito de pedaços de tecidos emendados.

Compositores: Di Menor BF, Kiraizinho, Diego Oliveira, Bakaninha Beija Flor, JJ Santos, Julio Assis e Diogo Rosa

Sou eu

Espelho da lendária criatura

Um mostro

Carente de amor e de ternura

O alvo na mira do desprezo e da segregação

Do pai que renegou a criação

Refém da intolerância dessa gente

Retalhos do meu próprio criador

Julgado pela força da ambição

Sigo carregando a minha cruz

A procura de uma luz, a salvação!

Estenda a mão meu senhor

Pois não entendo tua fé

Se ofereces com amor

Me alimento de axé

Me chamas tanto de irmão

E me abandonas ao léu

Troca um pedaço de pão

Por um pedaço de céu

Ganância veste terno e gravata

Onde a esperança sucumbiu

Vejo a liberdade aprisionada

Teu livro eu não sei ler, Brasil!

Mas o samba faz essa dor dentro do peito ir embora

Feito um arrastão de alegria e emoção o pranto rola

Meu canto é resistência

No ecoar de um tambor

Vêm ver brilhar

Mais um menino que você abandonou

Oh pátria amada, por onde andarás?

Seus filhos já não aguentam mais!

Você que não soube cuidar

Você que negou o amor

Vem aprender na Beija-Flor

 

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