O juiz Sergio Moro deu 48 horas para a defesa do ex-presidente Lula entregar na Vara Federal de Curitiba os originais dos recibos de aluguel do apartamento 121, em São Bernardo do Campo, imóvel que teria sido adquirido com propina da empreiteira Odebrecht, segundo acusação do Ministério Público Federal.

O apartamento, vizinho à residência de Lula, está em nome do engenheiro Glaucos da Costamarques, apontado pelos investigadores como 'laranja' do ex-presidente da República. Glaucos é primo distante do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.

A investigação sobre a autenticidade dos recibos do aluguel que teria sido pago a Glaucos pelo uso do imóvel foi aberta por iniciativa do Ministério Público Federal, por meio de um incidente de falsidade.

Os advogados do ex-presidente rechaçam a suspeita. Eles haviam entregue à Justiça cópias dos recibos, alguns com datas inexistentes no calendário, como 31 de novembro.

Na Onu

A ONU vai deixar para 2018 a decisão final sobre Lula. Em julho de 2016, a defesa do brasileiro apresentou queixa ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas contra Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância. Segundo os advogados do petista, o magistrado estaria violando seus direitos de defesa em processos penais. Aos 71 anos, Lula foi condenado em julho pelo juiz a 9 anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso passou a ser examinado pela ONU em outubro do ano passado.

Em meados deste ano, os advogados de Lula voltaram à ONU e prometeram apresentar novos dados e documentos, tentando reforçar a tese de que existe processo que viola os direitos de defesa de Lula.