Gravações captadas em Benfica serão analisadas

MPF aguarda para decidir se pede a transferência de Cabral para presídio federal. Secretário de Administração Penitenciária será ouvido

Por Bruna Fantti

MP apreendeu alimentos irregulares na cadeia com nome de Cabral
MP apreendeu alimentos irregulares na cadeia com nome de Cabral - Reprodução

O Ministério Público do Rio vai analisar cerca de dez mil horas de imagens captadas ao longo de um mês na cadeia pública José Frederico Marques. O intuito é apurar supostas regalias aos presos da Lava Jato, como ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.

As imagens foram apreendidas na sexta-feira, durante vistoria do Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública. De acordo com a coordenadora do grupo, Andréa Amin, o próximo passo é ouvir o secretário estadual de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro Costa Filho, sobre as irregularidades encontradas.

Foram apreendidos frios, iogurte e até corda para crossfit na ala da Lava Jato. "Pode ser usada inclusive para enforcar algum desafeto. Por isso é proibida", afirmou Amin. A promotora também disse que na galeria dos presos da Lava Jato há colchões sem uso, enquanto em outros andares eles estão em falta. Além disso, que na ala feminina, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo conta "com um colchão mais grosso e confortável". Já a ex-governadora Rosinha Garotinho, não.

A ala feminina para presas com curso superior foi criada há pouco tempo. Os promotores querem saber o intuito. "Existe uma margem de discricionariedade do secretário nessa decisão. Mas é preciso saber se foi para beneficiar a ex-primeira-dama para o caso de ser presa, além de outras mulheres do grupo que está preso", declarou a promotora.

O Ministério Público Federal aguarda o relatório para avaliar se pede a transferência de Cabral para presídio federal.

Garotinho

O ex-governador Anthony Garotinho foi transferido para o Complexo Penitenciário de Bangu na última sexta-feira, após alegar ter sido agredido na sua cela. A Seap entregou imagens que não mostram alterações na cela.

O delegado responsável pelo caso, Wellington Vieira, disse que vai pedir uma perícia na gravação para averiguar se ela foi editada.

 

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