As autoras Janaina Rico, Nana Pauvolih e LM Gomes se uniram em um curso voltado ao mercado hot brasileiro, revelando todos os segredos para a cria��o de um romance. As aulas presenciais e online v�o acontecer 27 de janeiro, das 9h �s 13h, na Livraria Cultura, no Centro do Rio. As inscri��es podem ser feitas pelo site euleiobrasil.com.br. Abaixo, as tr�s falam sobre esse universo, preconceitos e liberta��es.

Quando come�aram a escrever literatura er�tica?O que faziam antes?

JANAINA RICO: Era servidora p�blica federal e professora. O sal�rio era excelente, mas trabalhava em uma coisa que eu simplesmente n�o suportava. Passei a escrever livros como terapia. Os primeiros n�o eram er�ticos, mas sempre tiveram uma pegada sensual. E bem antes da febre do '50 Tons de Cinza', passei a escrever contos er�ticos, que acabaram rendendo um livro, chamado '100 Dias de Sensualidade'.

LM GOMES: Quando me divorciei, precisei de algo para ter a sensa��o de reconstruir a vida. Comecei publicando textos em plataformas de autopublica��o mas n�o tinha a inten��o de me tornar uma escritora profissional. Para minha surpresa, meus livros acabaram fazendo sucesso, atingindo grandes n�meros na internet. Ainda sou servidora p�blica, mas hoje concilio as duas carreiras com muito carinho.

NANA: Comecei a escrever aos 11 anos. Por volta dos 16 comecei a tornar meus romances mais quentes, at� finalmente me encontrar no erotismo.

J� sofreram preconceito de algum tipo?

JR: J� fui muito ofendida nas redes sociais. Infelizmente, muitas pessoas ainda n�o est�o prontas para compreenderem que uma mulher pode ser bonita, inteligente e falar sobre sexo om naturalidade. A confus�o acontece e as ofensas s�o constantes. J� teve caso de 'hater' que me xingou nos meus �ltimos 50 posts. Mas o cen�rio vem mudando. Estou no mercado liter�rio desde 2009 e posso dizer que hoje est� muito melhor do que no come�o da minha carreira.

LM: Infelizmente, sim.

N: Muito. Mulher escrever sobre sexo como eu fa�o, com uma linguagem crua e livre, mostrando os desejos e fantasias sexuais femininos nem sempre � aceito.

O erotismo feminino ainda � tabu?

JR: Com certeza!

LM: Um pouco, mas a gente quebra um pouquinho dele todos os dias. As mulheres est�o conhecendo mais dos seus corpos.

N: Sim. Inclusive e principalmente entre as mulheres.

Acham que as mulheres est�o mais empoderadas da sua sexualidade?

JR: Certamente est�o mais donas de si, mas ainda temos um longo caminho pela frente. As mulheres crescem escutando que n�o podem sentir prazer, que se tocar � algo feio, sujo, pecaminoso. Ali�s, a Nana Pauvolih tem um �timo livro que trata o tema, chamado 'Pecadora'. Mas tenho muito otimismo que � uma realidade com os dias contados.

N: Est�o no caminho. Ainda tem muito para conquistarmos. O fato de mais liberdade na leitura er�tica, j� � sinal de que as coisas est�o melhorando.

O que � importante saber para escrever literatura er�tica?

JR: Que sensualidade pode ser descrita de uma forma bonita. Existe uma diferen�a entre o erotismo e a pornografia e na literatura existe espa�o para as duas coisas, desde que seja feita com qualidade. A t�cnica � de profunda import�ncia neste g�nero.

LM: Que o respeito pelos leitores � fundamental. As pessoas querem hist�rias de amor com muita pimenta!

N: Ter liberdade e falta de moralismo tolo. Ser fiel ao seu estilo. Descrever uma cena er�tica com qualidade e emo��o, fazendo o leitor se sentir dentro da cena, causando sensa��es e emo��es nele, como excita��o e fantasia. E ter toda uma hist�ria atraente de fundo.

Quais s�o as perguntas mais frequentes dos leitores?

JR: Se eu j� pratiquei tudo aquilo que escrevo (risos).

LM: Quando sai o pr�ximo livro? E � a pergunta que eu mais gosto de responder.

N: Se fa�o tudo que escrevo, se sou livre como meus personagens. Perguntam quando comecei a escrever e como consegui lan�ar livros.

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