Crise política fecha as portas de São Januário

Sem um presidente de fato, Vasco vive um dia tenso e se vê obrigado a estrear no Carioca, hoje, contra o Bangu, sem torcida

Por O Dia

Nomeado pela Justiça como um dos administradores do Vasco, Eurico aceitou jogo com portões fechados
Nomeado pela Justiça como um dos administradores do Vasco, Eurico aceitou jogo com portões fechados - Paulo Fernandes/Vasco.com.br/Divulgação

Depois de muita confusão, alguma indefinição e a ameaça de não haver jogo, ficou decidido que o duelo entre Vasco e Bangu, hoje, às 19h30, em São Januário, pela primeira rodada do Campeonato Carioca, será com portões fechados os torcedores que compraram ingresso serão ressarcidos assim como o de domingo, contra o Nova Iguaçu. O motivo para tal atitude, tomada pelos administradores do Vasco Eurico Miranda, Julio Brant e Fernando Horta, em acordo com a Ferj, se deu em razão do conturbado processo eleitoral do clube.

A polêmica sobre a realização dos jogos aconteceu após o despacho da juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves, que na terça-feira nomeou Eurico Miranda, Julio Brant e Fernando Horta como administradores do Vasco até segunda-feira, apesar de o novo presidente do clube ser conhecido amanhã, com a reunião do Conselho Deliberativo. Com isso, os três se eximiram de responsabilidade pela parte operacional do estádio, o que comprometeu a realização do jogo de hoje.

A ameaça de não haver os jogos partiu de Eurico, que garantiu que não assumiria a responsabilidade por eles. Horas depois, o ex-presidente, cujo mandato se encerrou terça-feira, aceitou se reunir com Brant e Horta em São Januário. Os três formalizaram uma proposta e a encaminharam à Ferj, que a referendou.

"A junta se reuniu e deliberou como maioria pela manutenção dos jogos em São Januário. Para que pudesse facilitar a logística, pois estamos em fase transitória, decidimos fazer com portões fechados. Como tem que ter um responsável pelo jogo, que a responsabilidade seja do senhor Eurico Miranda. Ele se mantém única e exclusivamente para questão dos jogos contra Bangu e Nova Iguaçu", disse Brant.

Mesmo contrariado, Eurico concordou com a decisão de fechar os portões para não prejudicar o clube e o Carioca. "Não peça para dizer qual foi minha opinião. Eu não dou opinião, eu tomo decisões", disse Eurico: "Por causa do Vasco e do campeonato eu aceitei isso. Um jogo de futebol tem responsabilidade, tem que se tomar medidas para ter um jogo. Eu não tive ideia nenhuma. Eu viabilizei ter o jogo com portões fechados, só. Mais nada".

O clima entre Eurico e Brant, porém, segue tenso. Ao menos na visão do ex-presidente. "Que diálogo? Não teve diálogo. Tinha um jogo marcado, tem uma decisão esdrúxula, e quem seria responsável pelo jogo? Chegou-se à conclusão que não tinha como fazer, alguém tinha que ser responsável, e a responsabilidade caiu em cima daqui", disse Eurico.

Brant, no entanto, viu avanços na reunião com Eurico: "Conversamos sobre jogo, decisão da Justiça e funcionamento dessa junta. Entendemos que a decisão tem que ser tomada por maioria".

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