Washington - A oposição democrata dos Estados Unidos anunciou ontem ter aceito projeto de lei de orçamento provisório, que começou a ser votada no Senado, para dar fim à paralisação parcial do governo federal, que chegou ao seu terceiro dia. O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que tinha chegado a um acordo com o líder da maioria republicana, Mitch McConnell, em troca de promessa de contemplar a regularização de milhares de imigrantes em situação ilegal que chegaram aos Estados Unidos quando eram crianças, conhecidos como "dreamers".

"Depois de várias discussões, ofertas e contraofertas, o líder republicano e eu chegamos a acordo", disse Schumer pouco antes de ter início a votação-chave no Senado. "Votaremos hoje para reabrir o governo para continuar negociando um acordo com o compromisso de que, se não houver acordo até 8 de fevereiro, o Senado procederá imediatamente à consideração sobre o Daca (que regulariza a situação desses imigrantes)", afirmou.

Milhares de funcionários americanos não puderam ir trabalhar e ficaram em casa ontem. O metrô e as principais estradas que levam à capital do país estavam muito mais vazias do que de costume.

Tuíte irado

O presidente Donald Trump tuitou logo cedo acusando a "extrema esquerda" do Partido Democrata pela situação e denunciou que "preferem renunciar aos serviços e à segurança de seus cidadãos em benefício dos serviços e da segurança dos não cidadãos". Mais tarde, diante do acordo, emitiu nota em que se dizia "grato porque os democratas recobraram o juízo".

Embora as administrações consideradas essenciais continuem funcionando, particularmente as encarregadas da segurança do país, muitas outras informaram a seus funcionários que ficassem em casa nesta segunda.

A Estátua da Liberdade, que estava fechada aos turistas desde sábado de manhã, abriu ontem, já que o Estado de Nova York pagaria do seu bolso aos funcionários.

A estátua é importante para a economia, mas "é mais que isso", assinalou no domingo o governador democrata de Nova York, Andrew Cuomo. "É um símbolo de Nova York e de nossos valores (...) Sua mensagem nunca foi tão importante como hoje".

O último 'shutdown' se remonta a 2013, na administração do democrata Barack Obama, e durou 16 dias.