Tailândia - Três pessoas morreram na explosão de uma bomba em um mercado no Sul da Tailândia, nesta segunda-feira, segundo informações da polícia. A região é palco de uma rebelião separatista muçulmana. A bomba estava escondida em uma moto, no Centro de Yala. De acordo com o último balanço divulgado pelas forças de segurança da região, três pessoas morreram e 24 ficaram feridas, mas não correm risco de morte.

 

Segundo testemunhas, os suspeitos estacionaram a moto na frente de uma barraca que vendia carne de porco 10 minutos antes da explosão. As informações foram divulgadas pelo policial encarregado de investigar o ataque.

 

Esse detalhe reforça a hipótese de um ataque da rebelião muçulmana, uma vez que os budistas, minoria nessa região, comem carne de porco, ao contrário dos muçulmanos. Todos os feridos são budistas e entre os três falecidos, dois são budistas e o terceiro é muçulmano.

Este é o primeiro grande ataque no centro de Yala nos últimos dois anos.

 

Os ataques na região Sul do país costumam ser emboscadas contra comboios militares, ou assassinatos contra pessoas consideradas cúmplices do poder central, como funcionários públicos, ou até mesmo professores.

 

O conflito separatista no extremo-sul da Tailândia, país de maioria budista, causou 235 mortes em 2017, número inferior ao registrado em anos anteriores, de acordo com a organização Deep South Watch. A maioria das vítimas era civil.

 

Embora não receba grande atenção da imprensa mundial, essa rebelião ocorre a algumas centenas de quilômetros das praias turísticas do país asiático. São cerca de 7.000 mortos desde 2004.

 

Nesta região, que fazia parte da Malásia até o início do século XX, a Tailândia realizou uma política de assimilação de muçulmanos indígenas.

 

Desde a chegada da junta militar ao poder após um golpe de Estado em maio de 2014, e apesar das negociações de paz paralisadas, os ataques são menos frequentes.