Churchill, depois Dunquerque

Mas sua vitória dependeu de algumas decisões erradas de Hitler, como deixar o exército aliado escapar de Dunquerque, assim como atacar a Rússia, em vez de finalizar a questão da invasão do Reino Unido

Por Roberto Muylaert Editor e jornalista

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A Segunda Guerra Mundial foi um acontecimento tão impactante que até hoje aparecem relatos inéditos sobre detalhes que despertam interesse do público.

Não passa um ano sem que Hollywood fature dinheiro grosso com alguns desses temas.

É natural que o assunto seja atraente para pessoas mais velhas, pois a guerra terminou em 1945, o que significa que as pessoas com cerca de dez anos na época estão hoje no início de seus 80 anos, idade que encolheu no conceito de velhice, com o aumento da expectativa de vida. Assim, é natural que os mais velhos se interessem pelo tema. Mas o público atraído para o cinema e séries de TV sobre a guerra é muito mais abrangente, atingindo também os mais jovens.

No momento estão nos cinemas dois filmes relativos ao assunto, ambos prováveis concorrentes a algumas estatuetas do Oscar. Por coincidência, um começa onde o outro termina.

Assim, a história de Winston Churchill no auge da pressão do Parlamento inglês para entrar em acordo com os nazistas começa com a situação dos 300 mil soldados ingleses e franceses sitiados na Praia de Dunquerque (1941) prestes a ser dizimados pelo exército alemão e a sua poderosa força aérea de então.

Para orgulho dos civis proprietários de embarcações particulares, foram milhares desses veleiros, lanchas e escunas de até 100 pés de comprimento que resgataram os soldados. Esse é o episódio do filme com o nome da praia, uma superprodução como só Hollywood consegue fazer.

Já o filme um tanto arrastado sobre Churchill, 'Destino de Uma Nação', mostra o velho primeiro-ministro inglês resistindo de forma quase paranoica a um acordo com os nazistas, quando apenas lhe restava fazer discursos envolventes muito bem escritos, sendo que em equipamento militar sua situação era precária. É claro que ele estava certo, uma vez que Hitler era especialista em rasgar textos de acordos.

Mas sua vitória dependeu de algumas decisões erradas de Hitler, como deixar o exército aliado escapar de Dunquerque, assim como atacar a Rússia, em vez de finalizar a questão da invasão do Reino Unido.

Mais importante ainda para os aliados foi o ataque dos japoneses a Pearl Harbour (1941), o que colocou os Estados Unidos na guerra, com sua enorme capacidade de produção a serviço da causa democrática.

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Roberto Muylaert, colunista do DIA Divulgação

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